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03 Março 2020 | Renata Vomero

Crise do Coronavírus pode causar prejuízo de US$5 bilhões para o mercado de cinema

Bilheteria da China teve queda de quase US$2 bilhões nestes dois meses

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(Foto: AFP)

A crise do Coronavírus vem causando grandes receios no mundo inteiro. Frente ao temor de uma pandemia, a economia dos países mais afetados vem sofrendo as consequências devido às medidas de precaução do vírus, entre elas, os fechamentos de cinemas.

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Conforme já relatado, tanto na China, quanto na Itália, hoje país com maior número de casos na Europa, os cinemas estão sendo fechados para impedir que mais pessoas sejam infectadas. Isso vem afetando economicamente o setor cinematográfico. Na China, já se contabiliza uma perda de US$ 1,91 bilhão de bilheteria. O período de dois meses desde o início da crise registrou arrecadação de US$ 238 milhões, diferente dos US$ 2,1 bilhões de 2019 e US$ 2,3 bilhões de 2018. Nem mesmo o feriado do Ano Novo Chinês, em 26 de janeiro, ajudou.

Os cinemas não devem reabrir em março no país, que já conta com 80 mil infectados e 2,9 mil mortes pelo Covid-19 (nome do vírus). O mesmo movimento está acontecendo na Itália, com o aumento no número de infectados no país, parte dos cinemas já fechou as portas e os cidadãos estão com recomendações de não ficar em lugares fechados com bastante concentração de pessoas. Desta forma, a bilheteria do país caiu 75% comparado ao mesmo período do ano anterior.

No fim de semana passado, quando estourou a crise no país, os cinemas registraram arrecadação de US$6,1 milhões. Para efeito de comparação, o mesmo período do ano anterior contou com bilheteria de US$13,3 milhões. Alguns lançamentos estão sendo adiados na Itália, que agora conta com 1,6 mil infectados e 34 mortes.

As análises sobre o possível impacto dessa crise na indústria global já começam a surgir. Uma análise do The Hollywood Reporter prevê uma perda de US$5 bilhões de bilheteria e paralisações de empresas do setor, mas levando em consideração apenas a China, a Itália, a Coreia do Sul (que já apresentou queda de 80% na bilheteria) e o Japão.

Segundo a notícia, o impacto pode ser ainda pior caso mais infectados sejam identificados nos Estados Unidos e em outros grandes mercados de cinema. Além disso, mesmo em regiões sem grandes riscos, os cinemas estão sofrendo pelo temor da população, caso, por exemplo, do Oriente Médio.

Com isso, os estúdios estão adiando diversos lançamentos. Na China, Sonic: O Filme (Paramount) só deve chegar em março e a Disney já anunciou mudanças de data de Mulan e Dois Irmãos. O filme 007 – Sem Tempo para Morrer (Universal) ainda não sofreu nenhuma alteração de data. Com estreia ainda programada para 10 de abril, os fãs do agente secreto pediram em um site criado pelo público que o estúdio adie a estreia por medidas de segurança. Mas não só por isso, também porque o filme pode sofrer consequências grandes em sua arrecadação caso seja lançado na data prevista.

Os próximos eventos do segmento do cinema estão mantidos, maior parte deles nos EUA. Mas seus responsáveis já enviaram comunicados falando sobre o monitoramento do vírus no país e mostrando compreensão para os participantes que cancelarem suas idas a estes eventos. Foi o caso da CinemaCon, que acontecerá entre os dias 30 de março e 2 de abril, mas que já contou com o cancelamento da delegação chinesa na convenção.

Falando em Estados Unidos, o país fez um estudo com a população para saber como estão os hábitos deles nos cinemas, shows e peças teatrais atualmente, com 91 casos reportados e seis mortes. Segundo metade dos entrevistados (foram ao todo 2.200), ainda não há motivos para deixar de frequentar esses eventos culturais mesmo com esses casos já confirmados. 47% deles disseram que a crise do coronavírus não impactou em nada sua rotina. No entanto, os números mudam caso o vírus alcance as cidades dos entrevistados, 63% disseram que, nesse caso, eles não sairiam para ir em shows, peças ou ao cinema. O estudo foi conduzido pela empresa Morning Consult entre 28 de fevereiro e 1 de março.   

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