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18 Fevereiro 2020 | Fernanda Mendes e Renata Vomero

Precursor do VR, Ricardo Laganaro, faz paralelo entre a tecnologia e o cinema

Para ele, o cinema sempre estará presente na vida do público

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(Foto: Divulgação)

No fim do ano passado, durante a 76ª edição do Festival Internacional de Cinema de Veneza, a narrativa imersiva A Linha, do brasileiro Ricardo Laganaro, venceu o festival como melhor experiência de Realidade Virtual. Agora, a produção chega ao Brasil e pode ser conferida nos espaços Voyager, do shopping J.K. Iguatemi, em São Paulo, e no Pátio Batel, em Curitiba.

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A Linha foi produzida pela Arvore, que também é proprietária dos espaços Voyager. Laganaro é um dos sócios da produtora e falou sobre os caminhos da realidade virtual com relação ao cinema e também para o Brasil, que desponta na área. “Tem algumas pistas que fazem sentido no momento. Primeiro, tem certas histórias e formas de contar histórias que o VR nunca vai ser melhor do que o cinema e o cinema sempre vai ser relevante e presente na vida das pessoas. O VR traz - e é aí que isso pode começar a convergir - essa coisa da pessoa se sentir presente naquele universo apresentado”, explica o executivo e cineasta para o Portal Exibidor.

Além do Brasil, outros países que não têm protagonismo no setor audiovisual, também estão emergindo nesse novo meio. Caso de Taiwan que conta com um dos maiores festivais do tipo do mundo e que consegue casar cinema com a imersão. Casamento esse que só é possível por meio de uma narrativa bem trabalhada, algo que o cinema é mestre em oferecer. “Sem dúvida nenhuma, temos que partir de boas histórias, o formato vem depois, a tecnologia vem depois. A gente tem um lema aqui na Arvore que é: se a pessoa tirar os óculos do rosto e falar da tecnologia, é porque aquela experiência falhou. A gente quer que a pessoa tire os óculos e fale daquela realidade que ela viveu ali. Quando você vê um filme, você não fala da qualidade do projetor. A gente tenta fazer a tecnologia ser o mais invisível possível e o que aparece é a história e o que você sentiu ali”.  

A questão da diversidade e representatividade ficou bastante exposta no Festival de Veneza em que a própria Nigéria também se destacou em VR, assim como a França. O que, para Laganaro, mostra como essa nova modalidade de mídia é muito mais diversa do que os meios mais tradicionais.

“São criadores com histórias que você nunca veria num cinema tradicional. O legal é que isso está começando e está virando mainstream já sendo muito diverso, muito mais do que qualquer outro meio. Isso é algo que está entrando no DNA do VR e o Brasil está brigando de igual para igual”, comentou.

A Arvore antes seguia mais a lógica de videogame, tanto em termos de narrativa interativa, como para gerar mais participação física da audiência. Agora, os próximos passos da produtora já são bastante instigantes. Buscando seguir uma narrativa nos moldes feitos em A Linha, a produtora está trabalhando no projeto Odd&ty, que abordará questões de polarização e radicalização, tentando levar o público a um novo entendimento da questão com a imersão narrativa proposta, que trabalha bastante na questão corporal dos participantes, o que pode ser ainda mais didática com toda a participação ativa da realidade virtual.

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