04 Outubro 2019 | Juliane Albuquerque

Alex Braga, presidente da Ancine, fala sobre a expansão das salas de cinema

Último painel da Expocine19 trouxe Alex Braga para falar as perspectivas e desafios para ampliar o número de salas de cinema no país

O novo diretor-presidente da Ancine (Agência Nacional de Cinema), Alex Braga, comandou o último painel da Expocine19 para falar sobre “Perspectivas para a expansão de salas de cinema”. Em um momento de turbulências, Alex Braga assume a Ancine e busca estabilizar a agência. “Estou no cargo há cerca de um mês procurando manter a serenidade, mas com objetividade para realizar todo o trabalho que temos pela frente. Acredito que este é um período de transição para organizarmos de forma mais efetiva as ações da agência”, afirmou Alex. 

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Logo na sequência, o diretor falou sobre a importância do mercado de audiovisual para economia e para geração de emprego. “Gostaria de agradecer o convite para participar da Expocine, um evento que integra o mercado, que é muito grande e envolve diversos agentes, desde a produção, distribuição e exibição, além da parte de equipamentos tecnológicos e de estrutura das salas. É uma indústria grande e que gera muitos empregos”, afirmou. 

As salas de cinema pelo país

Entre os vários dados que Alex Braga apresentou sobre o mercado exibidor brasileiro hoje, destacamos alguns que são bem relevantes. Como o fato da de o maior de abertura de salas em 2018/2019 foi no Norte e no Nordeste já entre as salas de cinema que mais fecharam a concentração foi maior especialmente na região Sul. Já sobre a evolução do parque de exibição, foi possível observar um pico de crescimento significativo em 2018. “Hoje somos o 4º no mundo em taxa de crescimento em salas. Mas ainda temos muito mercado para ampliar. Em parceria com Secretaria de Audiovisual, estamos estudando ações para a expansão do parque exibidor no país, porque acreditamos da importância dessa ampliação para impulsionar o setor economicamente”, disse.

Alex apresentou também a relação ‘habitantes por sala’ para demonstrar a grande demanda por salas de cinema de muitas regiões do país, especialmente no Nordeste e no Centro-Oeste, que não tem nenhuma sala ou quase nenhuma. “O nosso potencial de crescimento é muito grande, já que temos 28,3 milhões de pessoas desassistidas de salas de cinema e da possibilidade de ver filmes brasileiros também. É um terreno fértil para crescimento e desenvolvimento de toda a indústria. Para se ter uma ideia, para chegarmos no nível da relação ‘habitantes por sala’ da Argentina, teríamos que abrir cerca de mil novas salas.

Outro ponto que Alex Braga destacou foi em relação a infraestrutura, afinal o cinema se moderniza a cada dia em relação à tecnologia e é essencial seguir essa evolução. “Já estamos em conversas com o BNDES e o BRDE para criarmos novas linhas de crédito de investimento para a abertura de novas salas, com a preocupação infraestrutura e inovações tecnológicas.

Período de transição

Ao finalizar a apresentação, Alex ainda falou sobre outros temas, especialmente sobre o que esperar da Ancine daqui para frente. “O nosso foco nesse período de transição é de ter um maior controle e organização da distribuição dos recursos da agência, ao mesmo tempo que buscamos a ampliação do parque exibidor e também de toda a indústria: desde produção até salas, com uma visão estratégica de indústria mesmo”, declarou. A Ancine quer ter uma regulação mais objetiva, eliminando algumas barreiras que acabam burocratizando o setor. “As primeiras medidas foram mais em relação ao controle e na transparência, realizando um diagnóstico da própria agência. Queremos manter a produção do audiovisual brasileiro, mas reestabelecer a organização da agência”, explicou Alex Braga.

O diretor-presidente ainda falou sobre a atuação de órgãos de investigação e controle, como medidas foram para restabelecer a normalidade da agência.

“Iremos reforçar o papel da agência no combate à pirataria, simplificar procedimento de simplificar a regulação para facilitar os processos. Além, claro de manter os lançamentos e conclusões das obras já em curso. “Queremos fortalecer o lado institucional da agência e por isso temos que seguir toda a linha institucional do governo. Vamos indicar soluções e olhar para o futuro, observar bem as decisões e caminhar visando o desenvolvimento econômico e social, com ampliação de mercado e novos negócios, consequentemente geração de emprego. Esse é o espírito que move a equipe atual.

Confira a cobertura do último dia da Expocine19.