05 Setembro 2019 | Renata Vomero
Mulheres, negros e asiáticos protagonizaram número recorde de filmes em 2018
Estudo também revelou aumento de diversidade fora das telas
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Um estudo realizado pela Annenberg, uma iniciativa de inclusão da Universidade do Sul da Califórnia focada em pesquisa de diversidade no audiovisual, apontou que houve um recorde de mulheres e pessoas não-brancas como protagonistas ou em papéis de destaque nos blockbusters de Hollywood em 2018. Segundo a pesquisa, feita anualmente, alguns longas se destacaram no ano, como Pantera Negra (Disney) e Podres de Ricos (Warner), que ficaram entre as maiores bilheterias de 2018. Os filmes são protagonizados por pessoas que não são brancas, no caso, negros e asiáticos. O estudo foi divulgado pelo Indie Wire.
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Entre as 100 maiores arrecadações do ano, 39 tiveram mulheres no papel principal ou como destaque da trama, em 2017 foram 33 filmes seguindo esse perfil e apenas 20 em 2007. Entre os maiores longas do ano, 27 contaram com papéis de destaque de pessoas não-brancas, comparados aos 21 do ano anterior. Cruzando esses dados, 11 produções contaram com mulheres não-brancas no protagonismo, sendo que em 2017 foram apenas 4. Além disso, 11 filmes também foram protagonizados por mulheres de 45 anos ou mais, foram 5 destes em 2017.
O estudo foi liderado pela professora Stacy L. Smith que analisou 53,128 mil personagens entre os 1.200 maiores filmes de 2007 a 2018. Além disso, não foram analisados apenas os protagonistas, mas também os personagens com falas nestas produções. Entre eles, houve um crescimento dos negros e asiáticos, que acontece há doze anos progressivamente. O crescimento de diversas etnias foi de 36,3% em 2018, comparando-se aos 29,3% de 2017.
Esse aumento, principalmente o de negros, é um reflexo também do crescimento de diretores negros entre essas produções. A pesquisa indicou que 15 dos maiores títulos de 2018 foram dirigidos por cineastas afrodescendentes, enquanto apenas 6 de 2017 seguiram este perfil.
Apesar dos números promissores, ainda existe muito trabalho a ser feito, até porque algumas questões ainda precisam ser melhoradas. Um exemplo é o número de personagens femininas com falas, que representam apenas 30,9% de todos os filmes analisados desde 2007. Apenas 33,1% dessas personagens estiveram presentes nos 100 melhores filmes de 2018, comparando-se aos 31,8% de 2017.
Essa questão fica um pouco pior quando se trata da representatividade LGBTQ, que se manteve estacionada em 2018, com apenas 1,3% dos personagens. De 2014 a 2017, apenas houve um personagem transgênero. Além disso, em 2018, menos de 2% dos personagens mostravam ter algum tipo de deficiência.
Esses números mostram um inegável reflexo dos movimentos #Metoo e #OscarSoWhite, que, em 2017, protestaram contra a falta de diversidade de gênero e raça nas produções de maior destaque no ano.
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