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07 Março 2025 | Redação

Synapse Distribution traz ao Brasil "Sem Chão", documentário vencedor do Oscar que estreia em 13 de março

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Vencedor do Oscar de Melhor Documentário no último domingo (2), e detentor de mais de 60 prêmios em diversos festivais internacionais, Sem Chão estreia em mais de 12 cidades no Brasil na próxima quinta-feira (13). Distribuído pela Synapse Distribution, o filme também contará com sessões de pré-estreias nas cidades de São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre, Recife, Salvador e Niterói. Além disso, o CineSesc, em São Paulo, promoverá sessão gratuita do filme, seguida de debate, na quarta-feira (12), às 20h30, com presença confirmada do jornalista Leandro Demori, Yuri Haasz do Vozes Judaicas pela Libertação e do ativista Thiago Ávila.

O longa acompanha a trágica situação de Masafer Yatta, um conjunto de vilas localizado na região sul da Cisjordânia, ocupado pelo exército de Israel. O ativista palestino Basel Adra registrou durante cinco anos as constantes ameaças de expulsão e destruição de casas, vividas por ele e os demais moradores da região. Sem Chão foi realizado em colaboração com o jornalista israelense Yuval Abraham, numa aliança improvável, já que Yuval, como cidadão israelense, tem seus direitos preservados. Também assinam a direção Hamdan Ballal e Rachel Szor.

Na noite em que o Oscar celebrou o cinema independente, os diretores Basel Adra e Yuval Abraham realizaram um dos discursos mais potentes da premiação ao denunciarem as ações de Israel na Cisjordânia. "Minha esperança para minha filha é que ela não precise viver a mesma vida que vivo agora, sempre temendo a violência dos colonos, as demolições de casas e os deslocamentos forçados que minha comunidade, Masafer Yatta, enfrenta todos os dias sob a ocupação israelense", contou Adra, que também fez um apelo pelo fim do genocídio do povo palestino.

Yuval também foi contundente em sua fala ao pedir o fim da destruição de Gaza e a libertação de reféns israelenses, além de ressaltar as desigualdades nas condições de vida de cidadãos de Israel e moradores palestinos de regiões ocupadas. "Quando olho para o Basel [Adra], vejo meu irmão, mas somos desiguais. Vivemos em um regime em que eu sou livre sob a lei civil, e Basel está sob leis militares que destroem sua vida e ele não pode controlar". Ele também propôs um novo caminho para a solução dos conflitos: "Há um caminho diferente, uma solução política sem supremacia étnica, com direitos nacionais para ambos os nossos povos".

Com seu teor político e atual, Sem Chão vem conquistando indicações e prêmios no mundo todo. Além do Oscar, o longa também venceu o Spirit Awards e o Gotham Awards como melhor documentário, ambos nos Estados Unidos, o EFA (European Film Awards), na Suíça, e o IDA Documentary Awards, em Los Angeles (EUA). Também coleciona prêmios nos maiores festivais internacionais do mundo: foi eleito melhor documentário pelo júri e pelo público da Mostra Panorama no Festival de Berlim no ano passado; pelo júri, na Mostra Internacional de Cinema de São Paulo; e arrematou o prêmio do público no IDFA (International Documentary Film Festival Amsterdam).

Apesar do sucesso nos festivais e da vitória no Oscar, sendo requisitado para distribuição em mais de 24 países, Sem Chão teve dificuldade em encontrar um grande distribuidor nos Estados Unidos. Foi lançado em circuito de salas limitado em janeiro, numa colaboração entre produtores e as empresas Cinetic Media e Michael Tuckman Media. No entanto, o documentário estreou com sessões lotadas no Film Forum, conjunto de salas dedicadas ao cinema independente, em Nova York.

O filme chega aos cinemas brasileiros no momento em que - apesar do cessar-fogo entre o Hamas e Israel - as tensões no Oriente Médio aumentam com as recentes declarações do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que propôs a retirada dos palestinos da Faixa de Gaza e a tomada de poder pelos americanos.

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