03 Outubro 2018 | Juliane Albuquerque
Painel fala sobre lançamentos de filmes pequenos e médios
Três executivos de distribuidoras debateram os desafios de lançar filmes de pequeno e médio portes
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A segunda palestra da Expocine18 foi sobre um tema importante para o mercado: como lançar filmes pequenos e médios num cenário tão dominado pelos blockbusters. Para mediar o debate, foi convidado o diretor da O2 Play, Igor Kupstas e para compor o painel, estiveram presentes Carlos Gómez Iniesta (diretor de conteúdo da Webedia Latam) e Gabriel Gurman (Diretor da Galeria Distribuidora, selo da Vitrine Filmes).
Igor iniciou o painel falando sobre o desafio dos filmes médios em encontrar seu espaço no cinema e alcançar o público. “Eu trabalho com filmes brasileiros e o Gabriel aqui presente também, então vamos tratar um pouco mais desse cenário para os filmes nacionais, mas também olhar para o mercado latino, com a presença do Carlos”, disse. Ele também ressaltou a importância destes filmes para o mercado para garantir a diversidade no cinema. “É difícil alcançar os resultados esperados, muitas vezes um filme que é para ser um lançamento médio, não alcança às expectativas e se torna um filme pequeno”. Igor citou que, tirando alguns fenômenos como Nada a Perder, Fala Sério Mãe!, Os Farofeiros e Chame Pelo seu Nome, muitos dos filmes nacionais médios acabam se tornando filmes pequenos.
Na sequência, ele chamou o Gabriel para falar sobre o tema. Para o executivo da Galeria, há uma concentração dos blockbusters, mas há também alternativas que dependem dos elos de mercado, de uma união maior entre distribuidores e exibidores e citou um caso recente, lançado pela Galeria. “Com o primeiro lançamento da Galeria, o filme Ana e Vitória, atraímos 60 mil pessoas e atendeu nossas expectativas”, contou Gabriel. E disse também de como foi uma das estratégias usadas para esse filme. “No dia da estreia, realizamos um show simultâneo com as cantoras que passou em diversas salas de cinema antes da apresentação do filme. Só nessa sessão simultânea, vendemos 8 mil ingressos”, contou.
Já Carlos, contou um pouco do cenário do México. “Acredito que a visão do mercado latino, é similar a do Brasil. Lá, tem algo positivo pois o governo apoia muito os filmes médios com um fundo de investimentos”. Ele acha que os filmes médios têm também o papel de criar públicos para diferentes gêneros e apoia que a promoção de cada filme deve ser muito bem planejada também a longo prazo. “Devemos fazer o planejamento pensando além do lançamento nos cinemas, qual o caminho que esse filme vai percorrer depois em outras plataformas”, disse. Carlos comentou ainda sobre a promoção digital dos filmes. “É importante dar a presença digital para os filmes, para que as pessoas falem sobre o filme antes da estreia já”.
Sobre este assunto, Gabriel também disse que as ações na internet devem ser bem planejadas. “Acredito que a segmentação é muito importante para atrair os diferentes públicos. Focar em mídia programática, dialogar melhor diretamente com o público alvo”, disse. Ao final, Igor ressaltou a importância de eventos como a Expocine para trocar informações entre todos os setores do mercado e como isso pode ser saudável para o setor. “O diálogo das diferentes áreas é essencial, desde produtores, distribuidores e exibidores. Todos sabemos de nossas demandas, é preciso integrar cada parte e reaprendermos a fazer cinema sempre, para fazer melhor”, finalizou Igor.
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