18 Setembro 2018 | Fernanda Mendes
Palestras da Expocine18 terão recursos de acessibilidade de conteúdo
Parceria com a Acensia possibilitará audiodescrição e tradução em LIBRAS
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A edição de 2018 da Expocine contará com recursos de acessibilidade de audiodescrição e tradução em LIBRAS para as palestras dos dias 3,4 e 5 de outubro. A novidade é uma parceria com a Acensia, startup de acessibilidade que nasceu da ONG Instituto Sensorial.
Danielle Franco, CEO da Acensia, explicou que haverá o revezamento de intérpretes ao longo das palestras e que serão dois audiodescritores nas cabines falando simultaneamente com o conteúdo. Além disso, a audiodescrição irá descrever toda a ambientação da sala, a aparência dos apresentadores, e os slides. No total serão oito palestras.
“É um projeto piloto junto com a Expocine. Ano passado haviam três surdos e dois cegos e a Ancine teve uma grande dificuldade com isso. Esse ano queremos contemplar o público com deficiência, e também os técnicos, cineastas, roteiristas e diretores que possuem deficiência. Porque eles não podem estar inseridos em um evento internacional falando sobre cinema?”, reforça.
Com a lei de acessibilidade de conteúdo a entrar em vigor ainda em novembro deste ano, o mercado brasileiro está aprendendo a lidar com a questão legislativa, as normas técnicas e regras da ABNT. “Como contratar? Como ir atrás de empresas idôneas? Esses profissionais têm que ser certificados? É uma nova profissão para o Brasil, só faz cinco anos que a acessibilidade começou a vigorar. Estamos possibilitando a acessibilidade para todos, engajando um novo público, e tem que ser algo com qualidade, se adaptando ao universo de cinema”, conta.
No ano passado a Acensia realizou uma pesquisa com mais de 200 pessoas com deficiência visual e auditiva de todo o Brasil. A ideia era entender o quanto esse público vai ao cinema e o porquê não frequenta o cinema. Para 2019 a startup pretende expandir a entrevista para mil pessoas. “Percebemos o quanto as pessoas com deficiência se interessam em cinema, e o quanto isso pode renovar o público. Porque eles acabam trazendo um público maior, pois não vai sozinho ao cinema, vai sempre com a família ou os amigos. De duas a três pessoas. E isso dentro de um mês é quase que 20% de público a mais”, finaliza.
No dia 5 de outubro, a última palestra será ainda mais especial pois terá a apresentação de Federico Sykes, gestor cultural que é surdo. O profissional irá debater os desafios e potenciais da geração de conteúdos dedicados a deficientes auditivos e visuais. A palestra contará com intérprete que sinalizará em Espanhol.
A Expocine18 ainda está com as inscrições abertas.
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