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18 Novembro 2016 | Vanessa Vieira

ANCINE e BNDES apresentam linhas de financiamento e fomento para exibidores

Durante a Expocine 2016, a agência afirmou estar em processo de reavaliação das linhas disponíveis atualmente

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(Foto: Portal Exibidor)

A última manhã de palestras da Expocine 2016, convenção realizada em São Paulo (SP), foi finalizada hoje (18) com as apresentações da ANCINE e do BNDES. Ambas as entidades deram foco especial às suas linhas de fomento e financiamento voltadas aos exibidores brasileiros.

Na palestra “Cenário atual e novas perspectivas de fomento para exibidores brasileiros”, Roberto Lima, diretor da ANCINE, começou afirmando que apesar da agência ter desde seu início a preocupação de tratar de políticas dedicadas aos operadores de cinema no País, esse tema vem ganhando força nos últimos cinco anos. “Muito pela própria procura do exibidor”, comentou. O executivo explicou que hoje o setor conta com uma coordenação exclusiva e agora também pode contar com a câmara técnica que vem debatendo os próximos passos para incluir a acessibilidade de conteúdo nos cinemas.

Sobre a situação do mercado de exibição hoje, Lima contou que o País tem cerca de 3.150 salas com quase 100% de digitalização. Porém, segundo dados de 2015, o número de cinemas com poucas salas ainda é dominante como modelo de negócio se comparado ao parque exibidor de outros países. Tanto que apenas três complexos brasileiros têm 15 ou mais telas. O executivo considera ainda que esses cinemas com poucas salas, especialmente os que têm apenas uma tela, têm mais dificuldades de sustentação.

Para Lima, um movimento positivo percebido entre 2010 e 2015 no parque exibidor nacional é um leve movimento de descentralização com crescimento de 98% da participação do Nordeste no mercado, por exemplo. A região ainda tem uma participação menor, de 6,5% com 194 salas, no entanto, em 2010 ela tinha apenas 98 telas. O Sudeste ainda lidera em concentração de salas com 55% de participação no mercado e 1.660 telas. Outra característica do setor de exibição apontada pelo executivo é que cinemas menores e as salas “de arte” são os que mais exibem conteúdo nacional. Tanto que cinco dos espaços que mais receberam filmes nacionais em 2014 têm apenas uma sala, são eles: Ponto Cine, Cine Odeon, Cine 104, Cine Bancários e Cine Vitória Aracajú.

Pensando nesses pequenos e médios exibidores, Roberto Lima afirmou que a agência está em processo de reavaliação e readequação das linhas de fomento que oferece. De acordo com ele, a ANCINE percebeu alguns pontos de melhoria nessas linhas como baixa aderência e efetividade junto ao setor, pouca acessibilidade a essas empresas exibidoras menores e não estão conjugados ao incentivo de aumento da exibição de conteúdo independente brasileiro.

O executivo apontou propostas de melhorias para as linhas Prêmio Adicional de Renda – PAR, Cinema Perto de Você, Cinema da Cidade, Lei do Audiovisual e FUNCINE. No PAR, por exemplo, ele identificou que os recursos devem ser usados também para manutenção dos complexos. “Quem sabe até ajudar o cinema de uma sala a abrir sua segunda sala”, afirmou.

Já Fernanda Farah, gerente do departamento de Economia da Cultura do BNDES, apresentou a palestra “Novas linhas de crédito do BNDES”, na qual afirmou que o mercado audiovisual como um todo cresce em ritmo mais acelerado do que o resto da economia. Fernanda exemplificou comparando a venda de veículos entre 2010 e 2015, que sofreu queda de 26%, às bilheterias, que apontam crescimento de 53% no mesmo período.

Nesse contexto, o BNDES, segundo dados da executiva, já apoiou 420 filmes brasileiros, a criação de 409 salas de cinema e a digitalização de 770 telas. Ao todo 13 exibidores já receberam recursos da entidade, entre eles estão Arcoplex, Cine Show, Reserva Cultural e Cinesystem, entre outros. Dos R$ 400 milhões já investidos pelo banco, 70% foram para pequenos e médios exibidores.

Fernanda aproveitou a proximidade com o mercado de exibição na Expocine para apresentar o PROCULT, linha de financiamento que pode ser acessada em conjunto ao Programa Cinema Perto de Você da ANCINE. O Programa tem valor mínimo de R$ 1 milhão de financiamento para construção e ampliação de salas de cinema, sendo que os valores vêm tanto do PROCULT do BNDES quanto do Fundo Setorial do Audiovisual – FSA em proporções variáveis. O diferencial dessa linha de financiamento seria a baixa taxa de juros de acordo com Fernanda. “A ideia é apoiar a empresa exibidora em todos os seus ciclos de desenvolvimento. É um processo rigoroso, com muitas solicitações, mas que no final vale a pena”, finalizou.

Confira a cobertura completa do primeiro e do segundo dia da Expocine 2016.

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