29 Abril 2016 | Vanessa e Verônica
Google e Facebook têm participação inédita no 9º Show de Inverno
Campanhas de divulgação de filmes e perfil de espectador de cinema no Brasil foram temas das apresentações
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O 9º Show de Inverno, realizado em 27 e 28 de abril em Campos do Jordão (SP), contou com a presença de dois painéis inéditos no evento, que é conhecido por dar mais foco aos line-ups dos estúdios.
Participaram dessas apresentações as empresas Google – representada por Debora Bonazzi, diretora de mídia e entretenimento – e Facebook – com Alessandra Motta, gerente de negócios e soluções para marketing. Enquanto a primeira abordou o perfil do espectador de cinema no Brasil e importância da internet na decisão dessa pessoa em ir ao cinema, a segunda falou sobre as campanhas de divulgação realizadas junto a distribuidoras e exibidoras.
Quem vai ao cinema no Brasil?
Em sua apresentação, Debora Bonazzi, da Google Brasil, resgatou alguns dados sobre consumo de mídia – apresentados na Expocine 2015 – e deu foco em pesquisa realizada com cerca de três mil brasileiros para entender quem seria o espectador de cinema no Brasil. O resultado foi que, em média, ele tem por volta de 25 anos, é do Sudeste, da classe social A-B e têm uma vida mais conectada e agitada do que a média de pessoas de sua faixa etária. Para esses espectadores, o processo de decisão passa basicamente pela internet que é hoje a mídia na qual mais passamos tempo. No entanto, a executiva apontou que essa mídia é também a que menos recebe investimento, sendo que hoje o setor cinematográfico ainda investe mais em TV.
Assim, Debora destacou que, para fazer parte dos “micromomentos” de decisão que levam alguém a ir ao cinema, é preciso estar presente no meio online. “Ir ao cinema pode ser uma decisão simples ou não porque começa pelo fato de que temos muito mais opções de entretenimento”, comentou. Uma das sugestões da painelista foi a de ampliar, estender e postergar a curva de comunicação e divulgação de um filme. A ideia é que o usuário possa ter um “diálogo” com o conteúdo bem antes de ele ser lançado, dar tempo e informação para estúdios adequarem seus vídeos e outras publicidades e também estar presente no momento pós-estreia, quando muitas pessoas ainda podem decidir ver determinado filme.
Para os exibidores poderem atrair mais clientes para seus cinemas, a executiva falou que a Google tem a ferramenta que mostra o cinema mais próximo da pessoa que o utilizou em uma busca genérica do tipo “quero ir ao cinema”. Debora apontou também que 70% dos usuários que buscam informações sobre cinema o fazem por meio de termos genéricos.
Outra novidade apresentada pela executiva é que a Google já oferece nos Estados Unidos uma estimativa de bilheteria de um filme baseada em quantidade de views que os trailers do título receberam no YouTube. Debora afirmou que a Google pretende trazer esse serviço para o País e que já estão na metade do processo de um estudo para entender a relação entre bilheteria e YouTube no Brasil. Por enquanto, a estimativa é de que 80% dos filmes cujos vídeos têm mais views apresentam maiores bilheterias, mas a intenção da empresa é divulgar logo que possível o resultado do estudo completo.
As infinitas possibilidades da era da conectividade
Não é novidade que a tecnologia aproxima as pessoas. Com o surgimento dos smartphones, esse processo foi impulsionado exponencialmente. "Demorou 38 anos para que o rádio conseguisse atingir 50 milhões de pessoas. Para a TV, foram necessários 13 anos. Quando pensamos na internet, esse número cai para quatro anos e, falando dos smartphones, levou apenas dois anos para 50 milhões de usuários adquirirem a tecnologia”, conta Alessandra Motta, gerente de Marketing e Soluções do Facebook durante o Show de Inverno de 2016.
Esses dados revelam uma infinidade de possibilidades de comunicação entre os indivíduos. As redes sociais trouxeram instantaneidade na troca de informações e as empresas podem explorar o potencial disso. "Em média, o brasileiro acessa o celular 100 vezes por dia. Dessas, em pelo menos 15 ele checa o Facebook. Se colocamos o Instagram na conta, esse número sobe para pelo menos 25 vezes. Essa é a chance de as companhias conseguirem se comunicar exatamente com quem precisam”, afirma a executiva.
Quando o assunto é mercado cinematográfico, as plataformas virtuais também desempenham um importante papel na divulgação de uma obra. Pesquisas realizadas no Estados Unidos mostram que 61% das pessoas ouvem falar pela primeira vez de um filme online. No Brasil, esse número chega a 50%. O Instagram e o Facebook contribuem muito para essa realidade. De acordo com Alessandra, 47% dos instagramers descobrem novos filmes por meio da plataforma. São 31 milhões de usuários do Instagram e 102 milhões do Facebook no Brasil. “Descobrir como alcançar esse público é o grande desafio das marcas”, fala Alessandra.
Hoje, o compartilhamento de informações pode ser feito de diversas maneiras. As fotos e os vídeos são amplamente utilizados para contar histórias na rede, mas novas possibilidades se tornaram factíveis no século 21: realidade virtual, realidade aumentada e inteligência artificial. A interconectividade permitiu ao Johnny Depp fazer um live para divulgar o lançamento de Alice Através do Espelho, da Disney, alçando pessoas de diversas localidades. “Mas, agora, nós também podemos fazer o público navegar pelo cenário de um filme, como aconteceu com Star Wars: Episódio VII - O Despertar da Força”, da Disney, comenta a executiva.
O Facebook tem trabalhado diretamente com os estúdios e as distribuidoras para traçar o melhor plano de divulgação dos filmes. A mídia tradicional não é mais suficiente para alcançar o target. “São muitos pontos de contato. É preciso planejar a TV, o rádio, a revista, o mobiliário urbano, os acessos e tudo que será feito de ativação dentro do cinema. A internet promoveu uma mudança de comportamento, por isso deve ser tratada estrategicamente” defende a gerente de marketing e soluções.
A Paramount, a Universal e a Warner foram citadas como exemplos de ações casadas com a rede social. Para a divulgação de Minions (Universal), por exemplo, montou-se uma campanha para as mães e as crianças. No caso da Paramount, com a segmentação do Facebook, o trailer de Ben-Hur foi assistido por 12,5 milhões de pessoas. Para Batman Vs. Superman: A Origem da Justiça, da Warner, foi utilizada uma ferramenta que permite ao espectador descobrir informações sobre o filme e comprar ingresso dentro da mesma plataforma, sem interromper a experiência.
Recentemente, a Disney divulgou um vídeo 360º para promover Mogli - O Menino Lobo. Na era da conectividade, as possibilidades são infinitas. É preciso saber como explorar todo o potencial das ferramentas disponíveis.
Confira como foi a cobertura completa do 9º Show de Inverno.
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