11 Janeiro 2016 | Fábio Gomes
Como formatos especiais podem levar o público ao cinema
Palestra da Expocine discutiu importância das salas Premium Large Format
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Os formatos diferenciados se tornaram de grande importância para os cinemas ao redor do mundo e, durante a Expocine 2015, o crescimento desses formatos graças ao aumento de tecnologias de som e projeção imersivos alinhados com telas gigantes foi uma das principais pautas das palestras do evento.
Com moderação de Larry O’Reilly, presidente comercial da IMAX, a palestra sobre o papel dos formatos especiais falou sobre como fazer com que o espectador que se distanciou dos cinemas se interesse mais uma vez pela telona. “Queremos que o público não veja o filme em seu telefone, em seu computador, em sua televisão, pois todo cineasta que conheci deseja ver seu filme na tela grande com a melhor tecnologia disponível”, afirmou em sua abertura.
A palestra teve a presença de Cesar Silva, vice-presidente da Paramount Brasil, Luiz Henrique Calil, diretor comercial da Cinesystem, e Luiz Gonzaga de Luca, presidente da Cinépolis no Brasil.
A importância dos formatos especiais foi logo destacada por Silva, que explicou que as salas em IMAX e em 4DX têm papel fundamental na bilheteria de um filme. “Além de ter um preço médio maior em relação as salas de exibição tradicional, elas têm uma taxa de ocupação muito maior, o que pra nós é muito interessante quando fazemos um lançamento e queremos causar um impacto logo no primeiro fim de semana”, explicou o executivo da Paramount.
Um dos pontos fundamentais da discussão foi a necessidade do cinema se diferenciar com os formatos especiais, uma vez que essas salas podem se tornar referência para todo o complexo. “O formato especial empresta para todo o complexo uma sensação de tecnologia, uma sensação de diferenciação e isso é fundamental para o retorno desse cliente para o cinema em questão”, disse Calil.
O executivo da Cinesystem explicou que, normalmente, ele trabalha com um ingresso 20% acima do tradicional em suas salas Cinépic, modelo próprio de Premium Large Format (PLF) presente em 24 complexos no Brasil, que são locais com telas maiores e som imersivo de qualidade.
A Cinépolis afirmou que cada novo cinema apresenta um novo tipo de demanda, que vai redesenhar o complexo. “Não adianta oferecer salas VIP nas regiões mais pobres de Fortaleza, por exemplo, pois não existe poder aquisitivo para esse tipo de oferta”. A programação e o marketing, segundo ele, são feitos em cima do potencial da região.
Existem muitos mercados ligados a preços e, nesse ponto, os especialistas acreditam que é necessário ensinar ao cliente as vantagens de se ter uma tela e um som com a mais alta tecnologia disponível. “Tem espaço no Brasil para crescer essa demanda, e muito. O preço ainda não bateu no teto como em muitos mercados já maduros, mas, quanto mais mostrarmos ao público em geral que uma sala com tecnologia vai entregar pra ele uma experiência melhor que uma sala tradicional, mudamos de patamar”, completou Calil.
Para isso é necessário formar um público e Calil lembrou do exemplo do Cinépolis Largo 13, que criou junto comunidade um novo hábito: ir ao cinema. “Foram dois anos de trabalho, usando inclusive carros com alto falante porque a leitura e a linguagem do público era outra”, afirmou.
“Uma coisa que vi ao redor do mundo é que, se você entrega um produto de qualidade, consegue tirar as pessoas de suas casas. Você precisa dar um motivo para elas irem ao cinema e, indiferente do formato, se entregar algo único, verá crescimento”, disse Larry.
Gonzaga explicou que um dos grandes problemas do Brasil é que o preço das salas de cinema brasileiros chega a ser 80% mais alta do que na Índia e 60% maior que o México, contudo o preço do ingresso chega a ser muito menor, dificultando os investimentos em tecnologias inovadoras.
César ainda falou sobre a parceria das distribuidoras com os exibidores, criando campanhas gigantescas para divulgar produções em formatos especiais. Um exemplo de sucesso foi o lançamento de Star Trek: Além da Escuridão, quando a Paramount realizou uma pré-estreia no Brasil em IMAX e Large Formats no mesmo dia dos EUA, aproximadamente quatro semanas antes da abertura oficial.
“Com isso, deixamos todos os fãs da franquia enlouquecidos. Todos nos elogiaram e agradeceram pela oportunidade de ver o filme ao mesmo tempo em que ele era lançado nos EUA”, afirmou. Graças a esse planejamento, o filme triplicou sua bilheteria no País em relação ao anterior. “Oferecer essas pré-estreias diferenciadas foi um bom ponto de partida”, completou.
A fidelização do cliente é fundamental e isso só pode ser alcançado lhe oferendo o melhor disponível no mercado. “Notamos que a queda de público é um pouco menor em relação a sala tradicional ao longo das outras semanas. A gente vê a vantagem de ter uma boa estreia e tem o benefício de ter uma queda pequena”, finalizou Calil.
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