12 Novembro 2014 | Fábio Gomes
Expocine termina como o maior evento para exibidores da América Latina
Último dia contou com palestras, apresentações e reunião da FENEEC
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A Expocine termina seu segundo e último dia provando que tem tudo para continuar como a maior convenção voltada para o mercado de exibição, distribuição e fornecedores de tecnologia da América Latina. Assim como em sua inauguração (leia mais aqui), a feira apresentou mais novidades e abriu discussões importantes junto aos participantes.
As apresentações do segundo dia ficaram por conta da Fox e Warner, que comentaram seu calendário de lançamento para o restante de 2014 e o início de 2015. Além disso, a FENEEC (Federação Nacional das Empresas Exibidoras Cinematográficas) realizou seu encontrou anual durante a feira, o que lhe permitiu conversar com mais exibidores do país.
O dia começou com mais três palestras pertinentes ao mercado, mostrando que o evento manteria a qualidade do primeiro dia e iria agregar ainda mais assuntos aos mais de 1400 visitantes.
Mais palestras, mais informação
Com mais uma sala repleta de participantes buscando informações que poderão ser úteis aos seus cinemas, Luiz Fernando Morau, executivo da MasterImage, abriu a sessão de palestras na sala do Espaço Itaú de Cinemas falando sobre as soluções da empresa para o sistema 3D.
"As maiores bilheterias dos últimos tempos ainda são filmes em 3D e escolher a melhor solução 3D é muito importante", afirmou o executivo durante a abertura da feira, lembrando que a empresa conta com assistência técnica no Brasil. "Alguns aqui sabem que mandar um aparelho defeituoso para fora é uma tarefa hercúlea e trazer este equipamento usado de volta ao Brasil é difícil. Por isso assumimos esse enrosco. Havendo qualquer problema, o equipamento é substituído e damos o atendimento sendo totalmente transparente", completou.
Em seguida, Flávio Lopes, diretor de tecnologia da Gertech, deu início a sua apresentação falando sobre a importância que os cinemas precisam dar para sua infraestrutura. Conforme explicou durante sua conversa com a sala, a infraestrutura precisa ser uma pista bem pavimentada e organizada para que o cinema possa andar tranquilamente.
"Se você não tem uma infraestrutura bem elaborada, dentro dos padrões para que seu software rode com performance, garantia de qualidade no funcionamento e disponibilidade, você está perdendo receita diretamente. Isso pode ser um caixa parado, talvez um ATM parado, talvez um serviço de cartão parado e isso impacta na sua per capita no final de semana, no final do mês e no final do ano", explicou Flávio.
Em seguida, uma mesa redonda mediada por Laudson Diniz, da Cinelive, falou sobre o futuro da digitalização no Brasil. Com a presença de nomes importantes do mercado de cinema como Lucas Crantschaninov (Doremi/Dolby), Sean Spencer (RealD Brasil), Luiz Fernando Morau (Quanta DGT e MasterImage Brasil), Bruno Tavares (Christie Brasil) e Marcio Lustosa (NEC Brasil), os participantes comentaram qual o próximo passo do parque exibidor após o roll out.
"Projetores mecânicos duravam 40, 50 anos com algumas manutenções e não precisavam de atualizações. Hoje o projetor digital requer mais cuidado, precisa de atualização de softwares, precisa acompanhar o desenvolvimento das tecnologias. Isso é o que vai influenciar na substituição ou não de um projetor digital", afirmou Bruno Tavares, da Christie.
A sessão ainda abriu para uma série de perguntas e respostas e exibidores menores tiveram a oportunidade de perguntar como as novas tecnologias digitais irão lhe beneficiar. "O que tentamos buscar aqui foi realmente trazer o que o grande está fazendo e o que é possível de se fazer para que o pequeno inove em seu cinema, talvez não com uma tecnologia profissional, ou não usando uma tela de LCD profissional, feita para trabalhar 24/7, mas com uma outra tela de um custo razoável e mais acessível que consiga gerar outras. Tentamos mostrar que é possível mostrar renda independente do tamanho", afirmou Laudson, da Cinelive.
Fechando a manhã de palestras subiu ao palco Rosana Alcântara, diretora da ANCINE, para falar das ações da Agência Nacional de Cinema. Segundo dados apurados pela entidade, em 2013 o Brasil fechou como o décimo maior mercado internacional de público, com mais de 149 milhões de ingressos vendidos e renda de R$ 1,7 bilhão.
"O audiovisual como um todo tem se desenvolvido bastante ao longo dos últimos tempos. Em uma média entre 2008 e 2011, o audiovisual cresceu mais que o PIB brasileiro como um todo. No levantamento feito pelo IBGE, o setor cresceu mais que equipamentos de informática, produtos eletrônicos e produtos farmoquímicos. Destaco que o audiovisual significa 0,46% do PIB como um todo", explicou Rosana.
Conversa direta com o Exibidor
A FENEEC aproveitou a sala do Espaço Itaú para realizar sua reunião anual e passar aos exibidores presentes um panorama do que foi realizado pela entidade nos últimos tempos, além de falar das leis que estão em fase detrâmite na câmara dos deputados.
"Recentemente nos reunimos com três entidades: A Associação Brasileira das Empresas Exibidoras Cinematográficas Operadoras de Multiplex (ABRAPLEX); a Associação Brasileira de Cinemas (Abracine); e a Associação dos Exibidores de Pequeno e Médio Porte (AEXIB). Fizemos uma reunião para trabalharmos juntos, falar uma língua só", explicou Paulo Lui, presidente da entidade.
Lui pediu mais apoio dos exibidores e que estes criem mais sindicatos em outras partes do país para que, assim, a FENEEC ganhe ainda mais força e relevância. Além disso, pediu aos associados que não deixem de mandar suas dúvidas e problemas a entidade para que ela, assim, possa atuar da melhor forma possível a fim de ajudá-los.
"Eu gostaria de ter um feedback, isso é muito importante pra gente. Precisamos saber como está essa questão da digitalização de vocês. Estamos participando na ANCINE da câmara técnica, que fala sobre VPF, lançamento e distribuição de filmes... e se nós não soubermos o que está acontecendo não saberemos o que indicar para eles", completou o presidente, lembrando que a reunião final da câmara técnica da ANCINE sobre a digitalização será realizada no dia 26 de novembro.
Apresentações encerram o dia
Para fechar a Expocine, dois estúdios apresentaram na sala 1 do Espaço Itaú seus lançamentos para o restante do ano e para 2015. A Fox foi a primeira a assumir a sala para exibir seu catálogo de lançamentos, que envolveu promessas de grande bilheteria e filmes artísticos que devem garantir indicações ao Oscar, como Busca Implacável 3, Pinguins de Madagascar e Snoopy & Charlie Brown – Peanuts, o Filme (que estreia em 2016) e longas como Livre e Birdman.
A distribuidora apresentou, também, vídeos exclusivos no evento, como uma cena de cinco minutos de Kingsman – Serviço Secreto, além de uma exibição especial da nova versão de Poltergeist.
David Turkie, diretor de vendas da Fox/Warner, aprovou o evento e elogiou o espaço e o tempo disponibilizado para as distribuidoras. "Estou muito feliz com a apresentação que a gente mostrou e o tempo de uma hora. Com isso, não tem a pressão de ficar contando os minutos, contando os segundos, o que é muito importante. Isso nos dá a chance de mostrar coisas diferentes, mostrar coisas um pouco mais diferenciadas e mostrar a força do estúdio. A feira como um todo está de parabéns, mas esse modelo de apresentação, especificamente pra gente, foi muito bacana", afirmou David.
Por fim, a Warner subiu ao palco para falar sobre suas promessas de sucesso. A distribuidora começou agradecendo pelo apoio em sucessos como Annabelle e destacou a ação de marketing do filme, que contou com um tour da boneca por vários cinemas.
"Esse ano tivemos lançamentos que as pessoas falavam: 'poxa, do que se trata esse filme' e foram sucessos de bilheteria como Juntos e Misturados e a própria Annabelle", afirmou Patricia Kamitsuji, diretora geral da Fox/Warner.
Em seguida, houve uma apresentação de um clip da comédia Quero Matar Meu Chefe 2 e uma mensagem do diretor Peter Jackson agradecendo aos exibidores pelo apoio e pela divulgação dos filmes baseados na obra de J.R.R. Tolkien, que começaram com a trilogia Senhor dos Anéis e irá fechar com O Hobbit: A Batalha dos Cinco Exércitos.
No próximo ano ainda há promessas como Sniper Americano, Destino de Júpiter, No Coração do Mar e possíveis franquias como Pan, The Man from U.N.C.L.E e a nova versão de Mad Max, uma das grandes apostas da distribuidora.
Confira a cobertura completa da feira:
- Público aprova primeira edição da Expocine
- Empresas apresentam novidades na Expocine
- Expocine se consolida como a principal convenção voltada ao exibidor, distribuidor e fornecedor
- Expocine conta com mais de 30 estandes
- Galeria de fotos do primeiro dia
- Galeria de fotos do segundo dia
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