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07 Novembro 2024 | Renata Vomero

"Estamos tentando construir o lançamento de um blockbuster", diz Fabiano Gullane sobre "Arca de Noé"

Longa distribuído pela Imagem Filmes reúne equipe de peso, repercussão global e legado de Vinicius de Moraes

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Abaixo, foto de Fabiano Gullane, durante apresentação no "Expocine Decupa", que analisou a animação (Foto: Divulgação/Fabiano Battaglin)

Maior animação brasileira já feita, Arca de Noé (Imagem Filmes) chega hoje (7) aos cinemas. Dirigida por Sérgio Machado e Alois Di Leo, a produção tem elenco de dublagem de peso, já foi vendida para mais de 70 países e ainda carrega o legado da obra de Vinicius de Moraes. Ou seja, é tudo isso e mais um pouco. 

A produção do filme é assinada pela Gullane, em parceria com a Videofilmes, e em coprodução em coprodução com Symbiosys, Globo Filmes, Telecine e Imagem Filmes, que também assina a distribuição, em associação com NIP, CMG, VM Cultural. O trabalho ainda foi feito em coprodução com a Índia, em uma parceria inédita, e tem como parceiro internacional nos EUA o estúdio CMG. 

Tudo isso, exigiu uma sincronização e profissionalismo ímpares de todas as equipes envolvidas, tornando um dos maiores desafios de produção, justamente a organização e correlação dos orçamentos, além de toda a organização com cada braço do desenvolvimento do filme. 

“Sempre que se coproduz, é muito importante a sincronização de que todos os talentos, todos os produtores e todos os profissionais de diversos países estejam fazendo a mesma obra, que estejam vendo o filme da mesma maneira. Então é um trabalho muito grande esse alinhamento de todas as equipes técnicas, artísticas e executivas para que todos caminhemos e avancemos na mesma direção. Este é um grande desafio para projetos em coprodução. Um desafio que ficou ainda maior no caso do Arca, porque ele foi efetivamente construído em dois países, né? Então esse trabalho de supervisão, de acompanhamento técnico na Índia já é super complicado, porque ele dura anos e você tem que sincronizar o jeito de trabalhar, as culturas, o jeito de ver, de corrigir. Então foi um grande aprendizado para nós e para os nossos colegas indianos”, destacou Fabiano Gullane, sócio-diretor da Gullane. 

Apesar do trabalho triplicado, o orgulho em torno do projeto é gigantesco. Desde seu nascimento, dando vida à obra de Vinicius de Moraes, em um projeto que se desenvolve a anos, até a parceria inédita com a Índia, fazendo nascer uma animação de padrão internacional. Soma-se também com a chegada e boa repercussão internacional, com a venda para mais de 70 países. 

Tudo isso caminha em paralelo com a forma de trabalho da Gullane, sempre preocupada em fazer essa vitrine internacional de seus filmes, dando ainda mais força comercial fora, mas também no Brasil, para a chegada forte no circuito comercial. 

“A Gullane, há muitos anos, vem investindo demais no mercado internacional, em colocar o cinema brasileiro disponível para as plateias internacionais. A gente acha que isso é um trabalho fundamental, inclusive para a valorização da cultura brasileira, para a solidificação da indústria audiovisual brasileira. É muito importante que nossos níveis de exportação das nossas obras audiovisuais aumentem, e é isso o que a gente está fazendo com o Arca de Noé. Quando a gente vende o filme para mais de 70 países, a gente não está levando só o soft power brasileiro, a capacidade tecnológica e o talento do Brasil. A gente está levando também superávit de exportação. A gente está trabalhando num registro também econômico, mostrando a importância do nosso cinema também ser efetivo e gerar resultados econômicos para o Brasil. Então é um grande orgulho para todos nós que fizemos o Arca ter conseguido todas essas vendas, que foram feitas através da CMG”, destacou o produtor. 

Com toda essa robustez e sucesso já antes de entrar em cartaz no Brasil, também passados esses grandes desafios da produção do primeiro filme. Os times envolvidos já se orgulham em confirmar uma sequência ainda a ser desenvolvida, para além também de uma série dentro do mesmo universo. 

E o que tudo isso faz? Com que a chegada nos cinemas brasileiros seja rodeada de ainda mais expectativas, já que é o Brasil se conectando não só com seu próprio cinema - cheio de talentos e nomes gigantes -, mas também com sua própria cultura e ícones nacionais, afinal, Vinicius de Moraes dispensa apresentações, mas nunca adjetivações e elas ganham uma nova escala na tela grande. 

“O lançamento do Arca de Noé no Brasil vem recheado com as melhores expectativas. Nós, produtores, os realizadores, a nossa distribuidora Imagem e nossos parceiros GloboFilmes e Telecine, todos os exibidores do Brasil... Todos estamos tentando construir o lançamento de um blockbuster. O lançamento de um filme grande com impacto cultural, comercial e econômico na nossa indústria audiovisual. O Brasil precisa mesmo retomar esse contato com o público brasileiro. E o Arca de Noé se propõe muito a essa reconquista do público”, acrescentou Fabiano. 

Arca de Noé tem elenco de peso na dublagem, formado por nomes como Rodrigo Santoro, Marcelo Adnet, Adriana Calcanhotto, Seu Jorge, Alice Braga, Lázaro Ramos, Gregório Duvivier, Bruno Gagliasso, Giovanna Ewbank, Eduardo Sterblitch, Marcelo Serrado, Débora Nascimento, Babu Santana, Chico César e Russo Passapusso. 

Sérgio Machado e Alois Di Leo dividiram a direção do longa e assinam juntos o roteiro, com colaboração de Heloisa Périssé e Ingrid Guimarães. 

Por fim, fica o convite de Fabiano Gullane: “Então, famílias do Brasil, assistam no cinema Arca de Noé a partir de 7 de novembro. Certamente é um filme que vai emocionar muito, vai divertir, vai trazer lindas lembranças para as mamães e os papais e vai apresentar um dos maiores ícones da cultura brasileira. É isso que Arca de Noé se propõe: divertir, animar, relaxar e unir a família brasileira”. 

 

Confira a entrevista completa com o produtor:

"Arca de Noé" chega aos cinemas como a maior animação já feita no Brasil, como foi o processo de produção em torno do filme?


Arca de Noé” nasce de uma obra muito famosa no Brasil e em muitos países, de um dos grandes expoentes da cultura brasileira, Vinicius de Moraes. São poesias que viraram canções e que agora estão virando um filme. Então, a gente tem aí o melhor da literatura, o melhor da música e o melhor do cinema brasileiro.

Tudo o que Vinicius fez sempre foi grande, sempre teve muita repercussão, e com a nossa animação não podia ser diferente. A gente sempre quis fazer um filme com ambição. Um filme grande, que pudesse competir no mercado internacional e no mercado brasileiro. E, para isso, a gente realmente foi escolhendo todos os elementos que nos ajudassem a construir esse caminho do sucesso. Então, o roteiro é muito divertido e muito aberto; o estilo da animação é também muito aberto, muito aquele tipo de animação que as crianças e as famílias estão acostumadas a assistir; a trilha sonora tem um trabalho maravilhoso da turma do Beto Villares e do Mario Caldato, em Los Angeles. Os efeitos especiais... toda a qualidade de animação que foi feita pela primeira vez entre o Brasil e a Índia, numa coprodução oficial... Tudo isso é o que trouxe para o Arca esse título de maior animação já feita no Brasil. E acho que não só em termos financeiros, mas em termos de repercussão, de capacidade de performance nos cinemas. É um filme que já foi vendido para mais de 72 países e chega agora, finalmente, no 7 de novembro nos cinemas brasileiros. Certamente já é a animação brasileira mais vendida no mundo, e a gente espera agora que seja a maior bilheteria no Brasil para uma animação brasileira. Essa é a expectativa e esse é o projeto que cerca Arca de Noé.

O longa é fruto também de uma parceria com a Índia, como foi desenhada essa parceria e a realização do trabalho com as equipes divididas nos dois países?

Pela primeira vez, o Brasil coproduziu oficialmente com a Índia. Todos sabemos da capacidade tecnológica, técnica e profissional que a Índia tem, especialmente no universo da animação. A Índia é uma grande parceira de muitos países do mundo que são verdadeiras indústrias de animação -- e a Índia faz parte desta indústria.

Quando a gente começou a desenhar o Arca de Noé, a gente sabia que gostaria de fazer o filme em 3D, nessa técnica que os grandes filmes que fazem sucesso no mundo inteiro usam. Os filmes da Pixar, da DreamWorks, da BlueSky... Então foi aí que a gente escolheu.

O Brasil é o país que está muito bem na sua base de infraestrutura para animação. A gente tem aqui grandes artistas, gente que está sendo disputada a peso de ouro no mercado internacional. Temos uma capacidade instalada muito boa, especialmente de animação em 2D. Então, quando a gente decide que esse filme seria em 3D, a gente faz um acordo com a índia, onde no Brasil a gente é responsável por toda a parte da criação. Então, a gente cria o roteiro, cria as vozes, cria a montagem do filme, cria o animatic, cria os layouts, cria os personagens, cria os cenários, cria o look de cor. A gente encaminha todos esses assets, esse patrimônio do filme, para a Índia, para que lá eles fizessem a animação física. Então, toda a hard animation -- o processo de efeitos especiais, a iluminação e a renderização -- foi feito na Índia, mas sempre sob a liderança de profissionais brasileiros. Isso é muito legal.

É uma animação de um padrão internacional, com muita qualidade e muito apelo para o público, e a gente fez isso num desafio muito grande de produção também. Foi uma coprodução entre o Brasil e a Índia, com a participação associada de uma empresa americana. Então, no Brasil temos a Gullane, que é líder de produção, em coprodução com a Video Filmes, NIP, GloboFilmes e com o Telecine, e com a participação da família do Vinicius de Moraes. Na Índia, a gente teve a participação de um estúdio incrível de animação lá, chamado Symbiosis. E nos Estados Unidos, nosso produtor associado e agente de vendas do filme é a CMG, uma empresa americana especializada em animações deste tamanho do Arca para a venda internacional. Então esse é um pouco do desenho estrutural do Arca de Noé.

O filme já garantiu a distribuição em 70 países. Como foram essas negociações e qual a importância de já ter essa presença robusta do filme no exterior?

O Arca de Noé é um filme que completa todas as ambições que normalmente a Gullane tem aqui com seus projetos. Primeiramente, essa compreensão de que as obras audiovisuais são feitas uma vez e podem ser vendidas muitas vezes. A Gullane, há muitos anos, vem investindo demais no mercado internacional, em colocar o cinema brasileiro disponível para as plateias internacionais. A gente acha que isso é um trabalho fundamental, inclusive para a valorização da cultura brasileira, para a solidificação da indústria audiovisual brasileira. É muito importante que nossos níveis de exportação das nossas obras audiovisuais aumentem, e é isso o que a gente está fazendo com o Arca de Noé. Quando a gente vende o filme para mais de 70 países, a gente não está levando só o soft power brasileiro, a capacidade tecnológica e o talento do Brasil. A gente está levando também superávit de exportação. A gente está trabalhando num registro também econômico, mostrando a importância do nosso cinema também ser efetivo e gerar resultados econômicos para o Brasil. Então é um grande orgulho para todos nós que fizemos o Arca ter conseguido todas essas vendas, que foram feitas através da CMG.

A CMG começou a pré-vender o Arca de Noé já tem uns quatro, cinco anos, e foi muito legal o interesse dos compradores. A gente vendeu o filme para a Ásia, para quase toda a Europa, na América do Norte, na América Latina. Então o filme realmente foi muito bem aceito. Já foi lançado em muitos países, com um sucesso importante na França e em alguns países da Ásia, especialmente o Vietnã. Agora está sendo lançado em muitos outros países.

A gente está muito contente com esse caminho internacional e de exportação do Arca de Noé. E sem dúvida isso só reforça a capacidade comercial que essa obra tem e aumenta ainda a nossa torcida para que o público brasileiro possa fazer de Arca de Noé mais um dos grandes sucessos do cinema brasileiro.

Quais foram e estão sendo os desafios em torno do filme?

Olha, acho que o maior desafio em torno do Arca de Noé foi mesmo a correlação entre o orçamento, ou seja, aquilo que a gente consegue financiar no Brasil e aquilo que a gente consegue financiar com os coprodutores, e a ambição de fazer um filme competitivo, que pudesse fazer uma história nesse universo de animações entre US$ 5 e 15 milhões. O Brasil não faz muito esse tipo de animação, então não foi simples todo o processo de financiamento, de buscar os coprodutores.

E sempre que se coproduz, é muito importante a sincronização de que todos os talentos, todos os produtores e todos os profissionais de diversos países estejam fazendo a mesma obra, que estejam vendo o filme da mesma maneira. Então é um trabalho muito grande esse alinhamento de todas as equipes técnicas, artísticas e executivas para que todos caminhemos e avancemos na mesma direção. Este é um grande desafio para projetos em coprodução. Um desafio que ficou ainda maior no caso do Arca, porque ele foi efetivamente construído em dois países, né? Então esse trabalho de supervisão, de acompanhamento técnico na Índia já é super complicado, porque ele dura anos e você tem que sincronizar o jeito de trabalhar, as culturas, o jeito de ver, de corrigir. Então foi um grande aprendizado para nós e para os nossos colegas indianos.

Mas é um desafio que nos traz muito orgulho. Já estamos preparando a continuação desse projeto. Já já vem o Arca 2, que a gente vai fazer no mesmo formato, ou seja, uma coprodução Brasil e Índia. Como nossos personagens e nossos assets já estão criados e produzidos, para fazer o Arca 2 a gente tem uma facilitação técnica. Então, estamos fazendo dos desafios que a gente teve no primeiro filme um impulso para que a gente faça o segundo filme. Depois vem uma série de Arca de Noé também... É uma alegria para a gente poder continuar trabalhando essa obra tão importante da cultura brasileira, assinada pelo nosso amado Vinicius de Moraes.

Quais as expectativas para o lançamento no Brasil? Afinal de contas, é um filme baseado na obra de Vinicius de Moraes, um dos grandes ícones culturais do Brasil e vem com um elenco de peso na dublagem.

O lançamento do Arca de Noé no Brasil vem recheado com as melhores expectativas. Nós, produtores, os realizadores, a nossa distribuidora Imagem e nossos parceiros GloboFilmes e Telecine, todos os exibidores do Brasil... Todos estamos tentando construir o lançamento de um blockbuster. O lançamento de um filme grande com impacto cultural, comercial e econômico na nossa indústria audiovisual. O Brasil precisa mesmo retomar esse contato com o público brasileiro. E o Arca de Noé se propõe muito a essa reconquista do público.

Acabamos de vir aí de um mês de turnê pelo país, com eventos com imprensa, na Mostra de São Paulo, nas pré-estreias, nas coletivas, e é impressionante ver a dedicação e o carinho dos maiores e melhores atores do Brasil. Rodrigo Santoro, Alice Braga, Marcelo Adnet, Lázaro Ramos, Débora Nascimento, Bruno Gagliasso, Julinho Andrade, Seu Jorge, Chico César, Mariana de Moraes, Giovanna Ewbank e muitos outros. Formou-se uma grande família. Todo mundo fez Arca com muito orgulho, muito carinho e muito amor, e traz de presente esse filme para o público brasileiro.

Então, famílias do Brasil, assistam no cinema Arca de Noé a partir de 7 de novembro. Certamente é um filme que vai emocionar muito, vai divertir, vai trazer lindas lembranças para as mamães e os papais e vai apresentar um dos maiores ícones da cultura brasileira. É isso que Arca de Noé se propõe: divertir, animar, relaxar e unir a família brasileira.

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