10 Outubro 2024 | Gabryella Garcia
Plataforma Chico Vive aponta que cinema como protagonista em sustentabilidade tem poder de educar e transformar
Projeto irá elaborar um manual audiovisual do cinema sustentável para reduzir os impactos negativos e compensar a emissão de carbono
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Um dos assuntos que mais está em alta hoje na sociedade é a sustentabilidade e o painel Escarlate Apresenta: Cinema Sustentável e o Case Chico Mendes, apresentado no terceiro dia da Expocine 2024, mostrou que o audiovisual também pode - e deve - ser sustentável, como uma forma de educar a sociedade. Participaram do painel o diretor, roteirista e produtor, Rafael Gragaud, o ator, empresário e co-fundador da Pachamama Trading, Bruno Gagliasso, e João Marcello Gomes Pinto, co-fundador da Pachamama Trading e fundador da Sustentech. A mediação ficou por conta de Joana Henning, CEO do Estúdio Escarlate.
Antes de dar início ao painel, o assessor de ESG da Embratur, Paulo Albuquerque, falou da importância da Plataforma Chico Vive até para posicionar o Brasil no exterior como um país preocupado com a sustentabilidade e a biodiversidade. "Nossa responsabilidade [na Embratur] é vender o Brasil lá fora e viemos expressar apoio a Plataforma Chico Vive, que uniu o melhor do audiovisual e sustentabilidade, e é uma honra ter um projeto ambicioso como esse no Brasil. O projeto tem uma importância em posicionar o Brasil como um país que se preocupa com a biodiversidade e todos os recursos. Para a Embratur é relevante ter um projeto tão bem articulado e pessoas dedicadas a fazer o certo. É um trabalho que vai deixar um legado e transformar a imagem que as pessoas têm do Brasil ausente na agenda de questões ambientais mundiais", disse.
A Plataforma Chico Vive é muito mais do que um projeto audiovisual que contará a história e o legado do ativista Chico Mendes; o projeto envolve a produção de um longa-metragem de ficção, um documentário biográfico, ações em redes presenciais e digitais ligadas à juventude e natureza e uma premiação cinematográfica.
"A Plataforma Chico Vive é um projeto que integra seis principais pontos que premia jovens lideranças, envolve o Time Chico Vive, que se espalha pelo Brasil para lutar contra o racismo ambiental e, a partir desse trabalho, serão captados conteúdos para a TV Chico Vive, que será uma TV Digital, além de um longa metragem de ficção, um documentário biográfico com organização do acervo histórico e a criação de um manual audiovisual do cinema sustentável", explicou Joana Henning.
O manual será elaborado pela Pachamama passando por todas as etapas de produção e, a partir desse manual, será criada uma espécie de compensação da emissão de carbono. "O primeiro filme com impacto 100% positivo do mundo será brasileiro", comemorou Bruno Gagliasso.
"Vamos criar esse manual olhando para a comunidade local. A indústria do cinema é efêmera na produção. Ela vai para um lugar, produz e vai embora, mas estamos elaborando um plano de mitigação dos impactos. Vamos criar esse guia que vai servir de legado para toda a indústria utilizar com o objetivo de reduzir impactos negativos e vamos calcular o impacto em todo o processo do filme e vamos transformar o impacto negativo em impacto positivo nas florestas investindo em conservação das florestas", completou João Marcello.
Além da criação do manual, o projeto também prevê algumas contrapartidas sociais, como um percentual das equipes de produções audiovisuais sendo compostas por pessoas de cidades da Amazônia e a contratação de profissionais do Acre, terra natal de Chico Mendes.
O cineasta Rafael Gragaud também falou sobre a complexidade de se produzir entretenimento de impacto, mas também falou sobre as semelhanças do entretenimento e de ações sociais. "O entretenimento de um lado e a ação social de outro são mais parecidos e complementares do que era percebido antigamente. Ambos visam engajar, envolver e impactar. O entretenimento com algumas técnicas, e a ação social com a política pública. A ação social deve se envolver em narrativas mais engajadoras, e não só passar a mensagem em um sentido mais técnico. Todo audiovisual ou quase todo tem algum impacto e coisa de mexer com corações e mentes. O audiovisual mobiliza corações e mentes e o entretenimento deve entregar mais do que entrega usualmente porque vivemos uma época em que precisamos de um pouco mais", disse.
João Marcello ainda complementou: "É urgente tratar do tema da sustentabilidade e esse projeto é sensacional porque o cinema tem o poder de transformar e educar. O cinema atuando como protagonista em sustentabilidade vai poder ter um impacto além do filme para educar e transformar", explicou.
Por fim, Bruno Gagliasso também destacou a importância do projeto no sentido de contar a história de Chico Mendes, um ativista que foi assassinado por acreditar em um mundo justo, mas deixou um enorme legado para as gerações futuras. "A hora que eu ouvi sobre o projeto, eu senti que precisava fazer parte. Chico Mendes é mais conhecido fora do Brasil do que no Brasil e temos que levar o nome desse cara para o mundo, e principalmente para o Brasil. Nós precisamos ser protagonistas disso e nos apropriar. É um filme que todo brasileiro tem que se apropriar e o Chico tem que ser pop", concluiu o ator.
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