29 Setembro 2022 | Renata Vomero
Sérgio Sá Leitão fala em "efeito multiplicador elevado" das políticas culturais para a economia
Secretário de Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo concedeu entrevista ao Portal Exibidor durante a Expocine
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Em uma Expocine marcada pelos encontros e pelas trocas entre profissionais de todas as pontas do setor e lideranças políticas, Sérgio Sá Leitão marcou presença mais uma vez, fortalecendo sua atuação à frente da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo, pasta que assumiu em 2019.
Com uma série de painéis e participação na cerimônia de abertura do evento, o secretário abriu um espaço na agenda para conversar com o Portal Exibidor, para o qual fez balanço de sua gestão na pasta, falou sobre as principais demandas do setor no estado e, claro, acenou para o que deseja para o futuro no segmento.
Antes de tudo, vale destacar que a Expocine, lá em 2019, foi palco de uma das importantes iniciativas lançadas pela Secretaria de Cultura do estado nesta gestão, o Programa de Investimento no Setor de Audiovisual em São Paulo (ProAV SP), em parceria com o Desenvolve SP, promovendo uma linha de crédito de mais de R$ 100 milhões para o setor.
Mal sabíamos, na época, que este seria um importante aceno para todos os profissionais na indústria durante o duro período da pandemia, que precisou contar com forte apoio do estado para o fortalecimento das atividades culturais.
“Foi um mecanismo que funcionou, embora na época houvesse certo ceticismo do setor. Ao mesmo tempo elevamos o investimento via programas de fomento, com recursos não reembolsáveis, completamos nos quatro anos R$ 120 milhões aportados nos programas não reembolsáveis”, destacou Sérgio Sá Leitão, em balanço sobre as principais iniciativas para o audiovisual nestes quatro anos.
Além delas, há a parceria com a Spcine agora consolidada, garantindo aporte de R$ 20 milhões para o programa de Cash Rebate, que ganhará segunda edição, com mais um aporte de R$ 20 milhões também da prefeitura.
Mas se estamos aqui reforçando o balanço das ações, a secretaria destacou a iniciativa de potencializar duas importantes frentes, uma delas já foi mencionada acima e se trata da elevação dos investimentos na área cultural como um todo, aumentando o orçamento da pasta em 58%, comparando 2022 a 2018.
Outro ponto importante foi o cuidado e a preocupação na descentralização destes investimentos, garantindo maior homogeneidade entre os municípios do estado. Tudo isso culmina no bem-sucedido plano de introduzir na agenda econômica a importância destes investimentos em termos de retornos financeiros, inclusive, porque, segundo os próprios dados de estudos de impacto da secretaria, a cada R$ 1 investido em programas culturais, há um retorno de R$ 6,64 para a economia.
“Tem um efeito multiplicador elevado, isso significa geração de renda, emprego e desenvolvimento, além de movimentação da economia”, ressaltou o secretário.
Embora sejam quatro anos de maiores investimentos e crescimento do setor, é inegável que a pandemia no meio deste período impactou e afetou o planejamento da secretaria, que precisou entrar com maior apoio e aportes.
Nesse sentido, a estratégia adotada foi diminuir o valor de fomento por projeto para conseguir abranger um maior número de proponentes e, assim, manter a atividade cultural em movimento.
“É normal e necessário que a política pública se adeque ao cenário e contexto. Quando falamos de governo e gestão pública, você não pode ser dogmático, tem que ser pragmático, tem que também responder ao contexto. Na verdade, o setor não vai sentir muito porque estamos elevando o valor total de investimento, neste ano vamos apoiar os mesmos projetos, só que com mais recursos por projeto, tendo um impacto maior em termos de retorno para a economia”, explicou.
E se tratando deste balanço e em termos de políticas públicas, há sempre em voga a questão da continuidade, especialmente neste caso, com as eleições para governadores tão próximas, o que, claro, nos faz questionar a expectativa da secretaria quanto ao futuro das ações e iniciativas adotadas.
“Espero que os programas tenham continuidade, porque ela é fundamental no âmbito da política pública para que os resultados sejam maximizados. Espero que tudo que deu certo seja mantido, seja ampliado e aperfeiçoado e, claro, acho que uma nova gestão vai agregar também novas ideias, programas e ações, e isso também é positivo, foi o que fizemos em 2019. Essa é a chave do sucesso de São Paulo na cultura, essa continuidade com melhoria e aperfeiçoamento ao longo do tempo”, concluiu.
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