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22 Setembro 2022 | Ana Paula Pappa

Painel discute os desafios de impulsionar os elos do mercado no Brasil

Diversidade de programação, investimento em cinema nacional e estratégias de marketing marcam a conversa

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(Foto: Daniel Souza e Neto Nunes)

Ao reunir Patrícia Kamitsuji e Bia Schmidt, ambas com mais de 20 anos de atuação no mercado, a Expocine fomenta a discussão sobre os desafios para conquistar o público nas salas de cinema e também traz à tona alguns modelos como o francês e o sul-coreano para o futuro do mercado. 

Mediado por Debora Ivanov, o painel Distribuição e exibição: um olhar para o futuro deixa evidente a necessidade da união do setor para que tenha ainda mais potência enquanto negócio. O exemplo mais citado foi a Semana do Cinema, que reuniu diversos grupos que incentivaram a ida às salas com sessões de R$10 em uma iniciativa organizada pela Federação Nacional das Empresas Exibidoras Cinematográficas (Feneec). 

Ainda há melhorias para serem feitas, principalmente neste momento “pós-pandemia” e ações como essa ajudam a aquecer o mercado e trazer mais público. Mas o que pode ser feito para além de encher salas de forma pontual? 

Patricia Kamitsuji, especialista em Audiovisual e Entretenimento, foi contundente ao salientar a necessidade da implementação de estratégias para aumentar a frequência da ida aos cinemas, além de apostar na venda antecipada. “Para isso acontecer, é necessário ter diversidade de programação para não correr o risco de perder esse público que já foi conquistado”, explicou. Para ela, o exibidor precisa se valorizar enquanto ponto de venda e fidelizar seus clientes. Se houve a revolução de sair do analógico para o digital, o próximo passo é modernizar os serviços nos aplicativos incluindo promoções exclusivas, pré-vendas, cashback e outras ações para manter os clientes frequentando o mesmo cinema. 

Além dessas, uma das estratégias que podem ser utilizadas é entender o cliente. “Primeiro temos que fazer com que ele se identifique em alguma plataforma e, com isso, não só falar com ele, mas saber o que ele consome no meu cinema. Se não fizermos esse contato com o cliente, não conseguimos tirá-lo de casa”, contou Bia Schmidt, diretora administrativa e financeira do Espaço Itaú de Cinema. 

Um grande trunfo das salas de cinema são os grandes avanços tecnológicos, com telas de última geração e som potente que é sempre superior ao que pode ser oferecido pelos streamings. Para Patricia, a preocupação que os exibidores devem ter no dia a dia é o de manter as poltronas ocupadas independente da programação, sem depender do blockbuster, que trará um público adicional.

Bia relembra que durante a pandemia, os países que tiveram sucesso em manter suas programações foram os que investiram em fortes produções nacionais, como França e Coréia do Sul e talvez este seja um caminho para trilhar no Brasil também, já que isso faz parte de uma política nacional resultado de incentivos governamentais. 

“Urge um plano estratégico para que daqui a alguns anos possamos colher os frutos de um cinema nacional mais forte. Ter diversidade de programação e cinematografia nacional é importante para garantir o público daqui para frente”, finalizou Patricia. 

Se este é um dos caminhos a serem seguidos para fortalecer o mercado cinematográfico nacional, os exibidores também precisam estar abertos a receberem estas produções, pois há público para títulos brasileiros assim como para os blockbusters. Assim será possível criar uma programação diversa de cinema com narrativas múltiplas e idiomas variados, deixando a experiência ainda mais rica e atraente ao cliente. 

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