29 Março 2017 | Fábio Gomes
Mesa redonda discute a importância de todas as áreas do cinema
Discussão realizada na CinemaCon ressaltou a importância do gerente
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A experiência de assistir um filme não começa e acaba quando as luzes da sala se apagam, mas sim desde a compra do ingresso. Pensando na necessidade de exibidores levarem qualidade em todas as áreas do cinema, a CinemaCon realizou uma palestra sobre a importância de cada área dentro de um complexo.
Mediada por James Meredith, SVP de chefe de Marketing & Comunicação da Cinemark, a palestra contou com depoimentos de nomes como Rory Bruer, presidente mundial de distribuição da Sony; Lou Grill, VP de parceria estratégica e marketing da Coca-Cola; Spencer Klein, EVP e gerente de vendas geral da Fox; Arthur Murtha, diretor assistente de operações de cinema da Cinemark; e Kelly O’Connor, de marketing de exibição da Warner.
Imediatamente, uma das principais funções elogiadas pela mesa foi a do gerente do cinema. Para os convidados, ninguém conhece melhor o cinema do que o gerente, pois ele está não apenas por trás de todo o funcionamento do complexo, mas também gerencia a inovação, a tecnologia, as pessoas ao seu redor e os melhores sempre estão aberto as novas sugestões e ideias vindas do espectador. Por isso, é ele quem saberá o que irá funcionar ou não junto ao público. “Nós dependemos dos gerentes e dos cinemas para entender melhor a recepção da plateia ”, afirmou O’Connor, da Warner.
Os palestrantes indicaram que a posição é necessária especialmente na hora de fazer o marketing pensado para determinado filme ganhar vida, pois ele é o líder por trás de toda uma equipe que colocará em prática o planejamento criado pela publicidade. “O staff e o time de gerenciamento que criam a magia do cinema”, ressaltou Murtha, da Cinemark. “Muitas das coisas incríveis que vemos nos cinemas vem do diálogo entre distribuição e gerência”, completou Bruer, da Sony.
Com isso, nasceu novas maneiras de chamar o público. Uma delas foram sessões com participação de famosos, como foi o caso da Fox com o sucesso Logan. “Hugh Jackman esteve em Nova York para tirar fotos e fazer outras coisas com os fãs. Isso é uma amostra do nosso trabalho em conjunto”, disse Klein, da Fox.
Experiência além da sala
Os especialistas definem que ir ao cinema começa desde a chegada do espectador no estacionamento do complexo e que tudo contribui para o sucesso de sua sessão. “Nós não fazemos filmes, nem exibimos, mas queremos torná-los ainda mais incríveis. Queremos fazer parte da experiência social que é o cinema. Nós da Coca-Cola queremos ajudar com um produto de qualidade, na temperatura certa”, afirmou Grill. Segundo ele, a empresa realiza sempre testes de novos produtos e conta com centenas de opções.
Um dos fatores recentes que preocupou os palestrantes foi o fim dos trailers por conta das poltronas marcadas. Contudo, a procura do público pelos vídeos continua, com a diferença de que o espectador chega com tranquilidade até sua poltrona “O público, de fato, ama trailers”, afirmou O’Connor.
Outro importante fator lembrado durante a mesa foi o quanto o cinema é uma experiência social e humana. “Uma das coisas que mais gosto de fazer para lembrar porque as pessoas gostam de ir ao cinema é entrar em uma sala lotada e, quando o filme começar, não vejo a tela. Olho para os rostos das pessoas que sentem o filme, ficam felizes”, disse Murtha, da Cinemark.
Entendendo o público
O mercado cinematográfico vive constante mudança. A todo momento, uma nova tecnologia surge que pode mudar o jogo e, atualmente, a sala de cinema conta com experiências que há anos jamais existiriam, como campeonatos de E-Sports e Realidade Virtual no Lobby. Por isso, a nova geração de espectadores é um motivo de estudo para os palestrantes.
A Geração Z e os Millennials, que foram motivo de outra palestra durante a feira, são o público mais intrigante do cinema e, mais uma vez, foi ressaltada a necessidade de deixa-los ter voz. “Essa geração sente-se extremamente empoderada e, se você se mostra aberto, ela adorará compartilhar suas ideias e opiniões”, disse Lou Gril, da Coca-Cola.
Com isso, os palestrantes explicaram que é de extrema importância abrir um canal de comunicação com esses jovens pois, assim, o cinema poderá adaptar-se as necessidades de seu público e melhorar o que for necessário. “É incrivelmente poderoso o feedback que você consegue dos espectadores por meio de seus funcionários e das redes sociais”, completou o executivo da marca de bebidas.
Por fim, foi lembrado que para esses jovens não existe uma disputa entre cinemas ou estúdios e, sim, uma rivalidade com todos as outras formas de entretenimento disponíveis no mercado. “A disputa não é com outros estúdios, mas sim com games, Netflix, internet e outras formas de diversão. Se essas pessoas não começarem a ir no cinema com 15 anos, não irão quando tiverem 55”, finalizou O’Connor, da Warner.
A CinemaCon será realizada até o dia 30 de março e conta com cobertura especial do Portal Exibidor.
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