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14 Abril 2016 | Vanessa Vieira

Painel da CinemaCon debate importância de público com mais de 50 anos

Grupo influencia cada vez mais a bilheteria dos EUA

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(Foto: Revista Exibidor)

O terceiro dia da CinemaCon 2016, realizado ontem (13), teve como o público espectador de cinema com mais de 50 anos como tema de seu primeiro painel.

De acordo com o estudo da Scarborough Research, um braço da Nielsen, 37% da bilheteria dos cinemas dos Estados Unidos vem dos espectadores mais “crescidos”, que superam os 50 anos. A Scarborough Research divulgou no estudo, apresentado durante o painel, que esse público tem apresentado um crescimento constante nos últimos anos.

A mesa-redonda reuniu seis executivos no palco da convenção, incluindo o moderador Gordon Paddison, CEO da Stradella Road, agência de marketing especializada em mídia social e criação de experiências digitais multiculturais. Atualmente, a companhia tem quatro estúdios de Hollywood entre seus principais clientes da Stradella: Disney, Lionsgate, Sony Pictures e Warner Bros. Além dessas empresas, a Amazon, a The Hollywood Reporter e a RealD também são clientes da agência.

Os quatro painelistas que se juntara a Paddison foram Russ Collins, diretor e fundador da Art House Convergence, entidade de apoio a filmes independentes; Nikkole Denson-Randolph, vice-presidente de conteúdo especial e alternativo da exibidora AMC Theatres; Meg Grant, diretora de entretenimento da AARP Real Possibilities, associação de caridade que agrega pessoas aposentadas; Andrew Karpen, CEO da distribuidora Bleecker Street; e Travis Reid, presidente de distribuição da produtora e distribuidora Broad Green Pictures. Collins chegou a apontar que esse grupo mais velho tem interesse em títulos dramáticos e históricos, mas também assiste a alguns blockbusters. Metade desses espectadores frequentam multiplexes e a outra metade prefere cinemas mais diferenciados ou "de arte". [Atualizado em 18/04/2016, às 8h55]

Meg Grant, da AARP, explicou a relevância do público com mais de 50 anos com números. Segundo a executiva, 70% da audiência de A Teoria de Tudo, por exemplo, era de pessoas com mais de 50 anos. Outro exemplo foi o longa Joy – O Nome do Sucesso, que teve 69% de seus espectadores nessa faixa etária. O filme se torna um caso interessante porque é protagonizado pela atriz Jennifer Lawrence, que tem um grande apelo junto ao público jovem devido à sua participação em franquias destinadas para esse grupo como Jogos Vorazes e X-Men.

Do lado dos exibidores, Nikkole, da AMC, comentou que, para atender esse público mais velho, é preciso um trabalho em conjunto na rede de cinemas, envolvendo principalmente os gerentes dos complexos. “Percebemos mais consistência dos espectadores mais velhos do que dos mais jovens”, afirmou a executiva.

Já Andrew Karpen, da distribuidora Bleecker Street, destacou que às vezes o relacionamento com o exibidor fica difícil na hora de tentar manter em cartaz os filmes destinados à uma audiência mais velha. “Sabemos que o exibidor quer os resultados de cada semana, mas esse público é diferente, apenas 5% desse grupo prefere ir aos cinemas aos fins de semana, por exemplo”. Ao mesmo tempo, o executivo afirma que ter filmes para todos os meses do ano não é um problema porque dá para programar as estreias. A dificuldade real seria resultado de um vácuo de três ou mais meses sem longas para esse público mais velho porque aí estaria o problema de convencê-lo a ir novamente ao cinema. [Atualizado em 18/04/2016, às 8h55]

Confira a cobertura completa do primeirosegundo e terceiro dia da CinemaCon 2016.

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