Sinopse

Durante 50 dias de viagem, cinco diretores de estilos cinematográficos diferentes acompanham o curso do Rio São Francisco, desde sua nascente em Minas Gerais, cortando a Bahia, correndo para Pernambuco, até sua foz entre Alagoas e Sergipe. Para cada um dos cinco Estados banhados pelo Velho Chico, um olhar diferente e abordagens bem particulares formam um caleidoscópio de pessoas e expressões culturais. A fé, as paixões, as lendas e a busca pela sobrevivência nas comunidades ribeirinhas deste rio que corta o sertão e desagua no mar do Nordeste brasileiro, são um fato cultural que determinou a vida e os costumes de sua gente. Na nascente do rio São Francisco, em Minas Gerais, o diretor Gustavo Spolidoro apresenta os pescadores Moranga, contador de causos de Pirapora, e Carlúcio, morador de Januária que também é poeta e apaixonado pelo rio. `Os dois, em seus devaneios, contam muito mais verdades sobre o rio do que aqueles que se utilizam somente da memória´, diz Spolidoro. Na chegada do rio no seu trecho baiano, a cineasta Ana Rieper revela, através de um artesão, de uma senhora de 71 anos e dos devotos de Bom Jesus da Lapa, todo o sincretismo e a miscigenação religiosa. Dona Losinha, uma mãe de santo super católica, que não gosta de ver ninguém sofrer de amor, vive de fazer simpatias de amor e, dependendo do caso, ajuda a separar também. Ao filmar em seu estado natal, Pernambuco, o diretor Camilo Cavalcante mostra ao espectador os personagens Seu Nilson, Dona Maria e seus filhos, que vivem na vila de pescadores de Manga de Baixo, em Belém do São Francisco. Em Sergipe, o cineasta Eduardo Goldenstein apresenta Cícero, um homem que se considera o 29º cangaceiro de Lampião e é guia da região. Todos os dias ele `se monta´ de cangaceiro e percorre a trilha para Grota do Angico, lugar onde Lampião, e parte do seu bando, foi executado e decapitado. Ao finalizar o documentário, Eduardo Nunes exibe o encontro do rio com o mar, no Estado do Alagoas, e nos apresenta Seu Heleno, um homem grande no sentido amplo, um dedicado pai e marido que proveu a família a partir do que o Velho Chico pôde oferecer. Cheio de fé e alegria, o pescador não tem pudor de revelar afetividade e sintetiza muito do que se vê por todo o percurso do rio.

ROTEIRO

Izabella Faya


PRODUÇÃO EXECUTIVA

Izabella Faya

Direção

Gustavo Spolidoro (Minas Gerais), Ana Rieper (Bahia), Camilo Cavalcante (Pernambuco), Eduardo Goldenstein (Sergipe), Eduardo Nunes (Alagoas)