26 Maio 2020
Lifelong Learning
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Em paralelo ao "movimento maker", comentado no último artigo aqui mesmo no portal Exibidor, vemos que a auto-motivação trouxe um outro conceito que já tem mudado a postura de profissionais pelo mundo. Conhecido como Lifelong Learning, essa expressão pode ser resumida na ideia de uma constante qualificação ou da famosa educação continuada. Esse modelo de reinvenção pessoal e profissional vem inclusive ganhando impulso em função da necessidade que todos nós temos vivido por conta da pandemia.
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Antes pensava-se que o conceito estava muito ligado ao perfil da geração Z. Mas isso mudou. E não foi apenas por conta do cenário atual: reinvente-se porque seu trabalho vai precisa adaptar-se ao frenesi da transformação digital acelerada. Não ! É um pensamento que vem de antes e que trouxe a reboque muitos movimentos: pausa para aprofundamentos em estudos, momentos de auto-conhecimento, planejamento de períodos sabáticos e por aí vai. Você faz, você se motiva, você muda seu foco de aprendizado, e com ele, seu objetivo profissional, acadêmico ou pessoal. É a mudança de comportamento e postura diante da busca pelo novo, pelo constante aprendizado, pela atualização do conhecimento.
Do show pras lives, das palestras pro podcast, de muitos anos dedicado a uma empresa para um período de aprendizado e "pista"… é com movimentos diversos e pensamentos disruptivos que a cultura do profissional deve contar. A multidisciplinaridade traz da sala de aula para o mundo empresarial, profissionais que cada vez mais se desafiam e buscam vertentes diferentes de seu perfil. Uma pessoa formada em qualquer área é hoje facilmente encontrada tocando como DJ em uma festa ou produzindo um podcast sobre alguma área de seu conhecimento. Isso é bom. Mostra que não somos uma coisa só.
No Brasil, em 2019, segundo o IBGE, a expectativa de vida é de 80 anos para mulheres e de 73 anos para homens. Nesses longos anos, o período de dedicação ao estudo e ao trabalho é uma estrada longa. Vale portanto nos dedicarmos a assuntos diversos e interessantes, certo? Não é óbvio !
Sete anos e três meses: esse é o tempo que o brasileiro passa, em média, na escola, segundo dados da Unesco. O período é bastante inferior ao de países como os Estados Unidos, onde a média é de 13,52 anos de escolarização, a Alemanha, que alcança os 14,07 anos, e até mesmo a China, que registra uma média de 12,04 anos de permanência na escola. E agora vemos um cenário ainda mais desafiador: aquele em que as pessoas nunca deixarão de estudar. É preciso reinventar nosso modelo mental e a forma como lidamos com nosso próprio aprendizado, criando mecanismos para estarmos em constante processo de aprender.
É onde entra em cena a Educação 4.0, uma educação totalmente transformada pela tecnologia e que prioriza o domínio de habilidades como o senso crítico, a criatividade e a inteligência emocional.
Além do campo da Educação, o conceito tem sido adotado no ambiente corporativo para incentivar o fortalecimento de uma cultura organizacional que valorize o processo de aprendizagem entre os colaboradores.
Ouvi outro dia uma frase interessante de um executivo: "ao invés de ser o pato, que corre, nada e anda, devemos nos desafiar, mas com foco". O propósito tem que ser grande mas você tem que começar pequeno. E qual é a sua atitude ou postura diante de grandes desafios que nos impomos?
Esse ajuste de mindset provavelmente tem relação com a sua atitude e seu comportamento.
Embora direta ou indiretamente eles estejam inter-relacionados não são a mesma coisa. A atitude representa como uma pessoa pensa ou sente sobre alguém ou alguma coisa. No outro extremo, o comportamento representa a reação de um indivíduo a uma determinada ação, pessoa ou ambiente. Ou seja, a atitude afeta os pensamentos enquanto o seu comportamento afeta as ações.
Para pensarmos em novos rumos, histórias de vida e empreitadas profissionais disruptivas, que tenhamos a energia de quem completou 92 anos na semana passada, tendo sido repórter, fotógrafo, produtor, roteirista… Luiz Carlos Barreto. Bom exemplos de Lifelong Learning na indústria do cinema.
E viva Raul e sua metamorfose !
Cris Cunha
Executiva com mais 20 anos de experiência na liderança de marketing de distribuição de filmes nacionais e estrangeiros. Esteve ligada ao lançamento, à estratégia e à distribuição de diversos longas, como: Cidade de Deus, A Vida é Bela, Madame Satã, Olga, Minha Mãe é Uma Peça, De pernas Pro Ar, Chico Xavier, Estômago, Todo Mundo em Pânico, entre outros. A partir de 2017, iniciou atividades ligadas à coordenação de lançamento de filmes - planejamento estratégico da campanha - e à realização de pesquisa de produto (quantitativa e qualitativa) para o segmento audiovisual.
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