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Artigo / Mudanças

16 Abril 2020

É difícil, mas você tem que buscar motivação!

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Estamos diante da ameaça de fechamento de empresas em todo o mundo, mas focando na realidade da América Latina, que possui uma fragilidade maior que EUA, China e Europa, alguns fatores reforçam essa tese, tais como a falta de reservas financeiras de boa parte da população, além dos próprios Governos, que vinham de crises econômicas, apostando em uma recuperação a partir de 2020, só que não...

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As salas de cinema estão fechadas e, talvez algumas nem reabram, pois sonhavam com um ano promissor, para superar dificuldades acumuladas nos últimos tempos. Exibidores e distribuidores se apegam às poucas iniciativas que visam atenuar os problemas atuais e futuros (sem dizer dos problemas do passado). Todas, até agora, são insuficientes para suprir a falta de caixa por tempo indeterminado. 

Com este cenário, sem respostas, prazos e soluções efetivas, resta buscar por aprendizado, informações, alianças e prognósticos, para depois da crise. Outro caminho é não fazer nada e criticar quem tenta fazer, pois afinal ser propositivo dá trabalho e exige algum talento. É óbvio que ninguém sabe quando será restabelecida a engrenagem da economia, principalmente nos segmentos “não prioritários”. Isso sem considerar o tempo pós crise, que será demandado para a população retomar sua rotina, que certamente não será mais a mesma de antes do COVID-19. 

Não saber “quando será a reabertura” não nos isenta de planejarmos todos os passos que teremos que fazer. A lista é bem longa, indo do restabelecimento da equipe, equalização de dívidas, alianças com parceiros e concorrentes (sim, você leu certo – concorrentes), infraestrutura e equipamentos, sem falar na criatividade e inovação, pois estaremos frente a frente com um mercado modificado, onde continuar fazendo o mesmo será insuficiente. 

As redes sociais entregam a rotina de todos nós e, para muitos, ficar em casa acaba diminuindo a proatividade. Realmente sem disciplina e, muitas vezes, sem experiência em “home office”, se baixa a guarda e a depressão assume o protagonismo. A grande mídia vem destacando fatos ruins, com índices de audiência há muito não vistos, ficando aquela sensação de recebermos muitas notícias e nenhuma informação. Para contornar e seguir em frente, nos exige uma automotivação digna de um Ayrton Senna. 

As projeções de crescimento em todo o mundo estão sendo ajustadas para baixo, praticamente indicando um crescente consenso em torno de uma recessão futura. Um indicador macroeconômico da Comissão Econômica da ONU para a América Latina projeta que o PIB em toda a região diminuirá de um crescimento de cerca de 0,1% em 2019 para -3% a -4% em 2020, resultado direto de restrições econômicas e queda dos preços do petróleo.

Em países como Brasil, Argentina e México, além da maior volatilidade do mercado, temos taxas de câmbio instáveis. 

Nenhuma empresa sairá imune desta pandemia, de todos os tamanhos e, até mesmo as que atuam com bens essenciais - produtos básicos de consumo e assistência médica. Até o momento a sinalização é de que poucos serão poupados, apenas uma casta privilegiada dos que não terão seus salários e vencimentos afetados. 

Não conhecemos o horizonte futuro ou os horizontes, pois é bem provável que tenhamos, ao menos por um tempo, que conviver com uma fase de transição, onde retomaremos às atividades mesmo com o COVID-19 presente. 

Será pertinente buscar adequação aos diferentes cenários possíveis:

  • Fim da pandemia, com a introdução de uma eficaz vacinação e medicamentos de combate.
  • A necessidade econômica supera a saúde, temos a flexibilização das restrições de circulação, com o estabelecimento de regras para os diversos grupos de atividades.
  • Diminuição da proliferação do vírus e retomada gradual das atividades, com eventuais interrupções.
  • O vírus contra-ataca, gerando a manutenção das quarentenas mundo afora, com readequação de mercados e modelos de negócios. 

Eu não sei qual ou quais cenários vivenciaremos nos próximos meses, mas é inteligente se planejar e compreender quais ações e necessidades serão demandadas em cada um dos horizontes possíveis. 

Dentro da cadeia operacional da produção, distribuição e exibição, encontramos atividades distintas e comuns entre os interlocutores. Isso impõe conversas entre todos, para otimizar recursos e definir os potenciais caminhos pós interrupção. 

Olhando para quem está um tempo na frente – a China - percebemos que os efeitos da crise sobre o sentimento e o comportamento do consumidor, talvez, permaneçam. Onde, desde que o país emergiu do confinamento no final de março, 93% dos consumidores ainda evitam espaços públicos e 35% dos consumidores relutam em comer em restaurantes. Além disso, novas ondas da doença impõem novas restrições econômicas, com a China fechando suas fronteiras apesar do fim da transmissão doméstica. 

Este é um indicador de que as economias reabrirão gradualmente para os negócios, mas a normalidade levará tempo para se reafirmar.

A atuação do Governo é crucial, mas os recursos são escassos e oriundos de impostos, portanto é uma questão de tempo para a conta voltar para todos nós. 

Encontrar uma solução é obter o entendimento despido de interesses particulares entre o setor público e privado, num esforço coordenado de todas as partes interessadas, incluindo governo, pequenas, médias e grandes empresas, agentes financeiros e associações de classe. Quase uma utopia.

Haja imaginação e criatividade! Mesmo assim eu acredito que a capacidade de evoluir e explorar situações que ainda não existem é o diferencial para criar oportunidades e encontrar novos caminhos para seguir em frente.

Luiz Fernando Morau
Luiz Fernando Morau | morau@integradora.digital

Profissional sênior em infraestrutura, desenvolvimento e integração de soluções no audiovisual, digital cinema, broadcast, games, VR, AR e digital signage. Sócio e CEO da INTEGRADORA DIGITAL

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