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Artigo / Coronavírus

18 Março 2020

Nosso jeito latino sob ataque

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O surto do vírus COVID-19 nos coloca uma nova ordem mundial, com preocupação, incertezas e oportunismo. 

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Temos a popularização de teorias conspiratórias e atribuição de responsabilidade às vítimas, mas à medida que o coronavírus avança, as consequências impõem distanciamento social, estocagem de alimentos e artigos em geral, restrições às viagens e atividades sociais, e, isso nos conduz à um nível nunca visto de ansiedade, seja no ambiente pessoal, corporativo e/ou governamental.

São reações das mais diversas, com modelos comportamentais distintos, mas conforme a pandemia bate a nossa porta, o discurso se altera, acirrando o olhar individual que coloca a solidariedade num patamar inferior. Fronteiras fechadas, aumento abusivo de preços em itens essenciais, especulação financeira, estoques pessoais motivados pelo pânico, notícias irracionais, entre outras atitudes despidas de humanidade. (Os cães são mais avalizados para definir isso, “caninidade”?) 

O clima econômico, que era otimista, se deteriora com uma velocidade impressionante, impulsionado pelo COVID-19 e alavancados pelos apóstolos do apocalipse, estes últimos sem dúvida estão em êxtase. Acrescentando a este cenário, as limitações de viagens e câmbio fora de controle, a globalização está em xeque, pois os produtos e serviços locais ganham a preferência. 

Eu realmente espero que a mídia alerte com base nas evidências, bem como enaltecer casos de pessoas não afetadas pelo vírus em áreas de risco e, também, divulgar taxas de sobrevivência além dos números negativos.

O impacto na demanda do consumidor afeta a economia, gerando não só um problema imediato, mas também de médio e longo prazos. Nessa equação as pequenas e médias empresas podem menos e sofrem mais. O equilíbrio é delicado, pois ao mesmo tempo que as empresas sofrem, oportunidades surgem, obrigando se trabalhar com agilidade para atender às demandas atuais dos consumidores, que incluem um aumento nos produtos médicos e de limpeza, além de mercadorias com maior prazo de validade. 

O entretenimento e o turismo sofrem como nunca e tem seus faturamentos interrompidos de forma unilateral, sem condições de contingências ou planos “B”. Aqui não se questiona a necessidade dessa determinação de parada, mas as consequências sofridas por estes importantes segmentos de mercado, que se encontram reféns do antissocial COVID-19. 

O lado positivo, se é que se possa dizer que alguma coisa é benéfica num cenário tão impactante, é a mudança de hábitos que se institui, onde, mesmo forçada, a preocupação com nossa conduta de higiene e educação coletiva torna-se uma questão prioritária. 

É exatamente apostando nisso que visualizamos uma saída para esta crise e, quanto antes doutrinarmos o ambiente favorável ao COVID-19, mais cedo retomaremos nossas vidas, pois será necessária uma disposição dobrada para recuperarmos o tempo e recursos perdidos.

Luiz Fernando Morau
Luiz Fernando Morau | morau@integradora.digital

Profissional sênior em infraestrutura, desenvolvimento e integração de soluções no audiovisual, digital cinema, broadcast, games, VR, AR e digital signage. Sócio e CEO da INTEGRADORA DIGITAL

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