09 Março 2020
Outros Brasis na Berlinale 2020
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A presença brasileira em festivais internacionais vem sendo cada vez mais valorizada e competitiva. Dos quatro maiores festivais de cinema do mundo (Berlim, Cannes, Veneza e Toronto), apenas no Festival de Berlim nos últimos 15 anos foram 128 filmes nacionais entre curtas e longas-metragens na seleção oficial, 29 prêmios para filmes brasileiros, entre eles um Urso de Ouro para Tropa De Elite, em 2008.
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Muitos produzidos com recursos públicos, mas também negociados, desenvolvidos e distribuídos como resultado de fomentos públicos a produtores irem a mercados internacionais, roteiristas participarem de laboratórios narrativos no mundo todo, distribuidores terem apoio para estudar em workshops de grandes festivais, entre outros caminhos para estimular a indústria audiovisual e seus executivos.
Em 2020 foram 19 filmes brasileiros selecionados, sendo 13 longas-metragens. Três filmes internacionais em coprodução com o Brasil, seis filmes produzidos no eixo Rio-São Paulo e quatro filmes de outras regiões, paisagens e sotaques do Brasil.
“O Reflexo Do Lago” de Belém do Pará; “Irmã” de Porto Alegre/ Rio Grande do Sul; “Vento Seco” de Goiânia/ Goiás e “Alice Junior” de Curitiba/ Paraná. Dos quatro filmes, três são o primeiro longa dos diretores, e todos eles tiveram sessões lotadas no festival, formadas de público e profissionais da indústria. Estive no evento representando dois destes filmes e foi emocionante e transformador ver o desmatamento da Amazônia Paraense e o debate em torno de questões regionais sendo compreendidos e questionados por uma plateia alemã e internacional.
Uma nova safra de pontos de vista da sociedade brasileira e assinaturas visuais originais e atraentes que se comunicam além do oceano.
Barbara Sturm
É diretora de conteúdo na distribuidora Elo Company, professora do curso de planejamento estratégico no Centro Cultural B_arco e membro do coletivo Asas
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