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Artigo / Mercado

14 Janeiro 2020

Será 2020 um grande fracasso?

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Na semana passada a ANCINE fechou os números das bilheterias de 2019 via Observatório do Cinema e do Audiovisual (OCA). 

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Os números, aparentemente, foram estupendos. Segundo a própria ANCINE, a renda foi 13% maior que o ano anterior e o número de ingressos teve crescimento 5,54%. Porém, não podemos esquecer que o ano de 2018 foi um desastre de resultados e qualquer resultado em 2019 seria maior que aquele. 

Os números ainda estão abaixo do nosso ano recorde (2016), mas indica um processo rápido de recuperação de crescimento de renda e público, muito disso em paralelo com a provável recuperação da economia brasileira. Após 5 anos de depressão econômica, o país começa a dar sinais de que 2020 será melhor e tem total potencial de confirmar a tendência de crescimento apontada em 2019. 

Durante todo o segundo semestre de 2019, ouvi de executivos exibidores que 2020 pode ser um desastre pela falta de filmes. Olhando o calendário de lançamentos hoje, acho que com o sentimento mal-acostumado de receber títulos como Vingadores – Ultimato (Disney), somado a um pessimismo generalizado do mercado, criou-se uma preocupação com o ano corrente. 

Vai demorar para termos um Vingadores - se bem que Avatar 2 (Disney) está chegando. Mas o conjunto de obras a serem lançadas em 2020 tem total potencial de aumentar a taxa de ocupação dos cinemas e sustentar a tendência de crescimento geral apontada em 2019. 

Em uma análise rápida do calendário de lançamentos, percebemos que pelo menos um título por mês tem potencial de vender mais de 2,5 milhões de ingressos. Janeiro, por exemplo, já tivemos dois - Minha Mãe É Uma Peça 3 (Paris/Downtown) e Frozen 2 (Disney). E olha que janeiro ainda tem Jumanji - Próxima Fase (Sony) e 1917 (Universal) acaba de ter seu circuito expandido nos EUA com renda de mais de US$ 36 milhões. 

Fevereiro tem Aves de Rapida (Warner), Sonic (Paramount) e Dolittle (Universal). Março tem Um Lugar Silencioso 2 (Paramount) e Mulan (Disney). E por aí vai. 

Só falando do primeiro trimestre do ano, citei nove títulos com alto potencial de sucesso e pertencente a seis distribuidoras. Isso mostra que as distribuidoras têm um catálogo de opções diversas como não se via há anos. 

O único “porém” é que o exibidor está mal treinado com tanta diversidade e acostumado com arrasa quarteirões de um tiro só. Isso será um grande desafio aos programadores conseguirem assentar tantos títulos em um só lugar e marqueteiros conseguirem organizar a divulgação para tanta diversidade. Mais desafiador ainda será o distribuidor conseguir espaço em frente a tanta concorrência. 

Será um ano curioso e de grande sucesso. Prefiro não apostar quanto será o resultado final, mas garanto que será maior que 2019. Não teremos a supremacia de uma única distribuidora, teremos excelentes conteúdos nacionais de qualidade e público, veremos uma nova forma do espectador consumir filmes (tema do meu próximo artigo) e ainda teremos algumas surpresas. 

Relembrando o maior sucesso de 2019: “Exibidores, Avante!!

Marcelo Lima
Marcelo Lima | marcelo.lima@tonks.com.br

Marcelo J. L. Lima é fundador e CEO da Tonks, empresa responsável pela Expocine, Portal Exibidor e Cine Marquise. Analista na indústria de cinema, Marcelo Lima também presta serviços de consultoria no setor.

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