22 Janeiro 2025
Nós estamos aqui – Pelo Fim da Síndrome do Vira-Latas
A melhor forma de nos expressarmos artisticamente é valorizar quem somos
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Por Paulinha Azevedo e Sarah Lessa (Porta-vozes da Proud Films)
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O Brasil é uma potência cultural e também digital, pois nosso engajamento online, nossa criatividade e nossa disposição para compartilhar histórias impulsionam nossas produções para além das fronteiras.
É o que vimos após a vitória de melhor atriz da Fernanda Torres pelo filme “Ainda Estou Aqui”, no Globo de Ouro. Ela tem recebido uma enxurrada de comentários, mais de 126 mil no perfil oficial da Academia do Oscar no Instagram e sua entrevista no Jimmy Fallon, por exemplo, rendeu 100 vezes mais visualizações que as entrevistas mais recentes. Todas as vezes que acontece algo relacionado ao filme, o Instagram nos mostra. O algoritmo faz questão porque assim ele foi programado: nós, da Proud, trabalhamos na produção de figuração especial do filme, mas é impossível um brasileiro passar por ela sem vibrar também com essa conquista.
O problema é que, na busca por aprovação, muitas produções brasileiras tentam se moldar aos padrões hollywoodianos, copiando formatos, estética, direção e narrativas. Estamos perdendo o que temos de mais valioso: nossa autenticidade. Na tentativa de copiar um modelo, a força se dilui, refletindo em um público brasileiro que não se conecta, e um internacional que não se interessa mais pelo mesmo.
Por outro lado, nossas produções mais autênticas caem como um abraço no público. Elas nos mostram como somos, relembram nosso passado e nos representam. Somos top 10 em países que mais consomem sua própria arte e entretenimento, somos autênticos e somos sofisticados, nossa linguagem fala diretamente ao que somos. Isto é, um Brasil vivo, que luta por memória e enaltece sua existência.
Estamos vendo isso através do filme dirigido por Walter Salles. Para trazer mais veracidade ao trabalho, o diretor fez questão de trazer os próprios familiares de Eunice Facciola Paiva como figurantes especiais nas cenas que retratavam a dinâmica familiar, adicionando uma camada extra de verossimilhança. Esse tipo de decisão transforma o set em um espaço de celebração e prestígio, trazendo um pertencimento que potencializa a narrativa e extrai sem vergonha a verdade.
Por isso, a melhor forma de nos expressarmos é superando a síndrome do vira-lata, isto é, entendendo de uma vez por todas que nossa força não está apenas no que contamos, mas em como contamos, assumindo quem somos.
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Proud Films
Fundada por Paulinha Azevedo, a Proud tem apenas quatro anos de existência, mas se destaca por apresentar uma seleção autêntica e diversa, que inspira e exalta, de forma verossímil, a individualidade e a essência de cada personagem em filmes, séries e outros projetos audiovisuais. O principal objetivo da Proud é conduzir elos genuínos entre o público e as personagens representadas nas telas, criando, com autenticidade, conexões duradouras, tanto para quem assiste, quanto para quem é representado.
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