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Artigo / Tendências & Mercado

06 Dezembro 2023

Salvatore Filmes comemora 10 anos com premiação no Ventana Sur

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2023 é um ano muito especial para Salvatore Filmes. Completamos 10 anos de existência e finalizamos nosso primeiro longa de ficção autoral, Betânia, que começa a alçar voo. Desde o início dessa jornada, passamos por variados ciclos da produção audiovisual brasileira. Um bom momento para se inspirar e encontrar caminhos para os obstáculos é o contato com outros realizadores latino-americanos.

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Semana passada, estivemos no Ventana Sur, maior encontro do mercado cinematográfico da América Latina, junto com uma grande delegação do Brasil. Nesta edição, com recorde de público, foi animador ver a potência da indústria latino-americana concentrada no edifício da Universidad Católica Argentina em Buenos Aires. Em 2022, participamos da sessão "Primer Corte" com o Betânia de Marcelo Botta, que recebeu três prêmios de finalização na ocasião. E, ao voltarmos, ao Ventana esse ano, foi notável o crescimento da comitiva brasileira e a mudança na percepção do Brasil enquanto país com oportunidades para a produção do audiovisual no continente.

Com a eleição do presidente Javier Milei e a promessa de fechar o INCAA, agência nacional de cinema argentino, que organiza o Ventana Sur, as incertezas pairavam no ar. Para nós, produtores brasileiros, soava como uma nova versão de um filme de terror que assistimos pouco tempo atrás.

Passada a pandemia e o boicote ao setor cultural dos últimos anos, com a retomada das políticas públicas e o início de um processo de reconstrução, o Brasil volta a se posicionar como uma potência cinematográfica sul americana. É notável que os volumosos números da Lei Paulo Gustavo e do FSA, e a política de cash rebate da SPCine vão recolocando o Brasil como um país atraente para as produções de cinema.

Nessa edição de 2023 do Ventana, participamos da sessão "El Principio del Film" com o roteiro do meu longa Antes que o Futuro Chegue, que recebeu uma  grande atenção do mercado depois do pitching que aprimoramos no incrível programa de desenvolvimento "Histórias que Viajam", apoiado pela SPCine e Projeto Paradiso.

Enquanto aguardava o momento para falar ao público presente sobre nosso projeto, escutava as histórias dos outros roteiristas latino-americanos: os ambientes, os personagens, as narrativas, a estética, o passado, falavam, também, um pouco sobre nós. No final das contas, foi mais um ano premiado para a Salvatore FIlmes, já que recebemos dois prêmios de desenvolvimento para Antes que o futuro chegue.

No Ventana Sur ficou claro o desejo dos produtores latinos se aproximarem e aprofundar essa afinidade cultural com mais co-produções e a ampliação da distribuição na América Latina e seus mais de 600 milhões de espectadores. Ou como diria meu novo amigo, o cineasta guatemalteco Javier Del Cid: "Tamo junto!".

Uma indústria cinematográfica latino-americana unida e forte que auxilie os produtores a suportar os ciclos de crise de seu país pode parecer uma utopia. Porém, prefiro me agarrar ao que nos ensinou o escritor uruguaio Eduardo Galeano: "Para que serve a utopia? Serve para isso: para que eu não deixe de caminhar.”

Gabriel Di Giacomo Rocha
Gabriel Di Giacomo Rocha

Diretor, roteirista e sócio da Salvatore Filmes que completa 10 anos em 2023. É diretor dos documentários "Memória Sufocada"(2022) e "Marcha Cega"(2018) e produtor da série "Auto Posto"(2020-23) e do longa-metragem "Betânia"(inédito). Atualmente desenvolve o roteiro dos filmes "Antes que o Futuro Chegue" e "Não Nasci pra esta Cidade".

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