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Artigo / Tendências & Mercado

28 Junho 2023

Equidade de gêneros nos sets: passou da hora de gerarmos oportunidades

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A indústria do audiovisual desempenha um papel fundamental na formação de opiniões e na influência cultural, porém, ainda há um longo caminho a percorrer quando se trata de equidade de gênero nos sets de filmagem. É necessário promover a diversidade e a inclusão, não apenas em relação às mulheres, mas também a outros grupos marginalizados, como pessoas negras, indígenas, LGBTQIA+, em situação periférica e com deficiências físicas.

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No contexto brasileiro, a presença feminina nos sets de filmagem tem sido um reflexo dessa desigualdade. Como diretora de cinema, com mais de 45 anos, tenho me preocupado em estar atenta aos movimentos de inclusão. No entanto, é um desafio enorme alcançar a equidade de gênero nos sets e/ou ter filmes dirigidos por mulheres. Na nossa sociedade, ser uma diretora de cinema é uma batalha constante. Enfrento isso há 25 anos, com leveza e calma, mas posso garantir que ainda estamos longe de melhorar esse cenário.

A falta de equidade de gênero nos sets reflete uma estrutura histórica e social desigual. As mulheres são frequentemente sub-representadas em papéis de liderança, tanto atrás quanto na frente das câmeras. Isso resulta em narrativas limitadas e estereótipos prejudiciais. A inclusão de mais mulheres na publicidade (agência, clientes e produtoras) e no entretenimento (na criação de roteiros, desenvolvimentos de projetos, na produção executiva e na direção) é fundamental a perspectiva diversa para a  criação de  conteúdos inclusivos e representativos.

A transformação em direção à equidade de gênero requer esforços coletivos. Precisamos  adotar políticas e práticas inclusivas, garantindo oportunidades igualitárias para mulheres. Além disso, é necessário promover uma maior conscientização sobre essa questão, incentivando discussões e oferecendo treinamentos que abordem os vieses inconscientes e os estereótipos prejudiciais.

Esses são desafios urgentes que a indústria da publicidade precisa enfrentar. Ao promover a presença feminina na publicidade brasileira, podemos construir um mercado que reflita a diversidade da sociedade e ofereça narrativas poderosas e significativas para todos os públicos. E com isso contribuir com a transformação de comportamentos normatizados.

Chegará o momento em que a mudança será inevitável. A equidade de gênero só será alcançada quando houver consciência. Essa briga não é nossa, das mulheres, é de toda a sociedade.

Georgia Guerra Peixe (Joca)
Georgia Guerra Peixe (Joca)

Sócia da Café Royal, Joca, como é conhecida, é dedicada à publicidade e mantém grande foco no Branded Content, onde coleciona mais de 60 projetos e uma série de projetos e reconhecimento. Em 2011, estreou seu longa documentário "O Samba que Mora em Mim", exibido em mais de 21 festivais internacionais e vencedor de diversas honrarias. No período entre 2015 e 2019 atuou como idealizadora, curadora e diretora de filmes/conteúdos do projeto de arte contemporânea chamado: ATRAVÉS\. Atualmente, desenvolve uma segunda fase de registro de processo criativo com a plataforma PURA.ART. Hoje Joca dedica se à publicidade e simultaneamente, ao seu primeiro longa-metragem de ficção intitulado: "Paula e Hortência" em fase de captação e pesquisa.

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