14 Julho 2017
Licenciamento: muito além da sala de cinema
O faturamento do setor em 2016 foi de R$ 17,850 bilhões
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O setor de licenciamentos no Brasil vive um boom graças à entrada da cultura nerd e geek no gosto do grande público consumidor – como atestado pelas maiores bilheterias de cinema no País (Capitão América – Guerra Civil, da Disney/Marvel, Batman Vs. Superman: A Origem da Justiça e Esquadrão Suicida, ambos da Warner/DC Comics, foram os filmes mais vistos nas telonas brasileira em 2016) e o sucesso de eventos como a CCXP – Comic Con Experience, em que mais de 190 mil pessoas marcaram presença.
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Trata-se de um público que, além de ir às “sessões pipoca”, literalmente vive esse mundo, comprando tudo o que pode pelo caminho – e é exatamente a partir desse ponto que o setor de licenciamentos ganha força. Estimativas da Associação Brasileira de Licenciamento (ABRAL) mostram que, entre as propriedades mais exploradas pelas empresas, 70% são ligadas ao entretenimento, frente a 20% do setor corporativo e 10% do esporte.
Ainda segundo a ABRAL, o faturamento do setor em 2016 foi de R$ 17,850 bilhões, um crescimento de 5% em relação ao ano anterior. Para 2017, a previsão é um aumento de 5%, elevando os resultados para, aproximadamente, R$ 18,740 bilhões. Além disso, o Brasil é um dos seis países que mais “ganham” com licenciamento de marcas no mundo, juntando-se aos Estados Unidos, Japão, Inglaterra, México e Canadá.
No mercado de confecção – considerado o principal segmento licenciador – os grandes estúdios de cinema se tornam verdadeiros parceiros, que prezam, acima de tudo, pela qualidade dos produtos (sejam camisetas, bonés e até pequenos brindes) que são produzidos e comercializados, a fim de levar a marca e seus personagens às pessoas, com excelência.
É de responsabilidade dos licenciadores e licenciados a construção de uma narrativa convincente entre público e marca. No mundo do entretenimento, por exemplo, ela pode começar com a publicação de um quadrinho, passando pela exibição de um filme, depois pela experiência proporcionada em alguma promoção (em um restaurante, por exemplo), até a oferta de produtos que dialogam com todas as etapas anteriores.
Fazer isso bem feito só traz benefícios, tanto às empresas – que registram resultados que sustentam a manutenção do próprio setor – quanto aos consumidores, que contam com itens condizentes com sua expectativa e continuam emocionando e fazendo sentido mesmo anos depois que o tal blockbuster sair de cartaz.
Felipe Rossetti
É sócio fundador da Piticas, empresa criada junto com seu irmão, Vinícius Rossetti, que se tornou uma das maiores fábricas de camisetas especializadas em estampas da cultura pop do país. A empresa produz 17 mil camisetas por dia, com mais de 500 funcionários e quase 250 lojas franqueadas espalhadas pelo País, além do e-commerce próprio na Internet.
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