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Artigo / Tendências & Tecnologia

23 Fevereiro 2022

CinemaCon 2022, a ficha caiu!

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A ideia é falar sobre a próxima CINEMACON, chamando a atenção para alguns painéis do evento, que pela primeira vez vem a tona com assuntos, até então, pouco considerados de forma oficial nesse importante Show.

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Vou destacar os dois painéis que são óbvios deste novo cenário, onde fica claro que a relação inercial Estúdio e Exibidores sofreu grandes mudanças.

O primeiro é NOVOS FLUXOS DE RECEITA VIA GAMES E E-SPORTS e dispensa comentários.

“Líderes da indústria de games e executivos de salas de cinemas se sentam para compartilhar as melhores maneiras de seus cinemas ganharem dinheiro com esse movimento relativamente novo, de rápido crescimento e massivo. Games e e-sports estão provando ser uma ótima maneira de aumentar seu público e seus resultados. Saiba como os cinemas estão reaproveitando auditórios com sucesso para atrair novos clientes ao longo da semana.”

O segundo é O SHOW COMEÇA NA RUA: MARKETING A EXPERIÊNCIA CINEMATOGRÁFICA PARA SEU PÚBLICO. A mensagem é clara! Não é mais possível sobreviver com o marketing padrão oferecido pelas Distribuidoras, de forma massificada e sem atentar às particularidades locais.

“Como podemos trazer as pessoas de volta ao hábito de ir ao cinema? É uma história tão antiga quanto o tempo e que é mais importante do que nunca. O cenário do nosso setor mudou drasticamente nos últimos dois anos. O foco inicial de marketing será sempre no título do filme. Mas, como donos e operadores de cinema, não perca de vista o que você traz para a mesa, a experiência importantíssima de ir ao cinema. Precisamos acabar com a complacência dos espectadores e começar a tomar posse quando se trata do marketing da experiência cinematográfica geral.”

A demanda por conteúdo cresceu exponencialmente e não é surpresa para ninguém que a indústria de entretenimento doméstico está crescendo.

Formas e plataformas em evolução apresentam novas oportunidades criativas. Os consumidores não dependem mais dos estúdios de cinema, redes de televisão e serviços de streaming, para fornecer conteúdo. Os criadores de conteúdo estão livres das formalidades da indústria cinematográfica, com a capacidade de criar e distribuir seu próprio trabalho, que se torna cada vez mais acessível.

A ascensão meteórica de plataformas de mídia social como o TikTok comprova a velocidade e a imaginação com que essa mudança continua acontecendo. Os criadores precisam estar preparados para esse novo palco digital que se apresenta com uma voz original e criativa. É um mundo inundado de conteúdo, não necessariamente bom, mas em quantidade avassaladora.

Há algum tempo as experiências multimídia e multidisciplinares estão encontrando um lugar de destaque no cenário audiovisual. O público está cada vez mais interessado em experiências imersivas e em se tornar parte do conteúdo.

Uma prova disso é que nos últimos anos, a demanda por conteúdo para realidade virtual e realidade aumentada também continuou a se expandir. A tecnologia já não é mais uma novidade, mas a tendência é encontrar maneiras criativas e emocionantes de incorporar e transformar essas tecnologias imersivas em experiências multimídia.

Se o vírus estiver sob controle a Cinemacon poderá retomar o clima de otimismo que sempre se esforçou para prevalecer.

Quando olhamos para os filmes médios, acho que não há otimismo suficiente, pois a tendência é esse tipo de conteúdo prevalecer nos serviços de streaming.

Os estúdios possuem seus próprios serviços de streaming, portanto é fácil acreditar que somente a produção de blockbusters será insuficiente para o modelo atual de negócio dos exibidores.

É provável que alguns cinemas passem por profundas transformações ou até mesmo desapareçam, mas a experiência pessoal de ir ao cinema, com seus benefícios e diferenciais, ainda é importante para muitas pessoas.

Luiz Fernando Morau
Luiz Fernando Morau | morau@integradora.digital

Profissional sênior em infraestrutura, desenvolvimento e integração de soluções no audiovisual, digital cinema, broadcast, games, VR, AR e digital signage. Sócio e CEO da INTEGRADORA DIGITAL

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