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Artigo / Tendências & Mercado

08 Dezembro 2021

O cinema é líder em mudar. E ele vai mudar de novo!

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É até difícil tentar lembrar o que pensávamos lá no início da pandemia. Foram muitas incertezas e precisamos de muito apoio para chegar aqui com a operação viva. Falo com toda propriedade que se hoje temos salas de cinema ainda em funcionamento no Brasil, é graças ao trabalho da Agência Nacional de Cinema - ANCINE. Sem isso, o parque exibidor teria sido dizimado.

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Mas estamos aqui. Abertos, prontos, recebendo um público que quer muito voltar ao cinema e sentiu falta demais desse entretenimento. E depois de tudo o que vivemos nos últimos tempos, uma avaliação do setor e do que esperamos do futuro é mais do que necessária. 

Entendo que o parque exibidor nacional, de maneira geral, vem melhorando sua qualidade constantemente, tanto quando falamos de tecnologia, quanto de estrutura das salas. Nossos cinemas equivalem com os melhores do mundo. Eu viajo bastante e nós não estamos a dever nada para nenhum cinema estrangeiro. E o segredo dessa evolução, a meu ver, é a disposição de mudar quantas vezes forem necessárias. 

O cinema é líder em mudar. Na minha adolescência, eles estavam nas ruas. Depois, foram para os shoppings, com salas modestas. Mais um tempo se passou e surgiram os multiplex. Lembro em 2007, quando inauguramos o complexo de Florianópolis, que os cinemas por lá não tinham bomboniere. Eram geladeiras e uma pipoqueira operada pelo próprio gerente. Em 2007! Parece que foi ontem, mas olha quanta coisa mudou. 

Hoje o cinema vai além do filme. Nosso negócio não sobrevive se não houver alimentação, por exemplo. Na maioria dos cinemas, pipoca, refrigerante, salgadinhos e balas, mas muitos multiplex no Brasil e no mundo já tem restaurantes servindo as salas. Hoje não somos mais só exibidores. Somos também operadores de alimentos e bebidas.

Quando o consumidor muda, a gente tem que mudar junto. Essa é a única forma de crescer. Sempre nos comparam com o streaming, mesmo que eu reforce diariamente que nós não somos concorrentes diretos. Mas vamos usá-los de inspiração: Olha como eles melhoraram. Hoje é facílimo ter um, você assina quase sem perceber. Nós temos que ser como eles, criar mecanismos que façam com que o consumidor vá de forma natural para nossas salas. 

A Cinesystem sempre se preocupou muito em trazer novidades. Fomos os primeiros a trazer várias tecnologias para o Brasil, como som espacial, todos os multiplex com projeção 100% digital e várias outras coisas que a gente fez ao longo desse caminho. E não vamos parar, porque essa é uma busca constante. Sem isso a gente perde o contato com o consumidor. 

Temos um desafio grande para vencer nos próximos meses, causado pela pandemia, mas acredito que a gente vai continuar seguindo nessa direção, na busca por estar conectado com o nosso consumidor, porque esse é o caminho correto. O cinema é líder em mudar. E ele vai mudar de novo, quantas vezes precisar.

Marcos Barros
Marcos Barros

Iniciando sua carreira na área de comunicação em Maringá, Marcos Barros foi sócio-diretor de um dos maiores grupos de comunicação do estado do Paraná. Em 1999, a vontade de empreender em novos setores falou mais alto e Barros entrou no mercado exibidor ao abrir seu primeiro multiplex, também em Maringá, pontapé inicial para o nascimento da Rede Cinesystem. Em 2005 a Cinesystem já atuava propriamente como uma Rede e contava com 41 salas de cinema. Hoje, a Cinesystem está presente em 10 estados Brasileiros, 19 cidades, com 160 salas em 26 complexos, e Barros é Chairman da Rede, além de membro do CONEBI e do Conselho Superior de Cinema.

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