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Artigo / Tendências & Tecnologia

13 Outubro 2021

A interrupção, o aprendizado e a recuperação

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Quando a crise deu os primeiros sinais, imaginei que teríamos “seis meses” complicados pela frente. E para enfrentar aquela interrupção seria necessário estruturar um grupo de talentos capaz de prever e diagnosticar os caminhos para uma saída segura e pouco traumática.

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Nada disso! O discurso de que passaríamos por algumas dificuldades, deu lugar a constatação de que vivíamos uma crise que poderia levar muito mais tempo do que imagináva. A imensa maioria das empresas não tinha os especialistas certos na equipe de crise, nem a inteligência necessária para planejar o futuro num cenário sem parâmetros ou similaridades.

As responsabilidades não eram claras e havia gargalos na tomada de decisões, deixando algumas das principais perguntas sem resposta.

O ano de 2020 fez com que empresas e governos em todo o mundo, enfrentassem desafios sem precedentes e, em muitos casos, agravou os problemas que existiam antes da pandemia. Foi somente após esta constatação que foi possível remodelar os planos pós pandemia, identificar cenários aceitáveis para clientes e funcionários, pois um dos efeitos da pandemia foi a adoção forçada do trabalho remoto e, como consequência, vários problemas surgiram, resultando em uma corrida para implementar as condições mínimas necessárias para permitir a comunicação, compartilhamento de ferramentas e de documentos para garantir a continuidade dos negócios.

Com a retomada, alguns funcionários têm medo de sair de casa e voltar ao escritório, obrigando as empresas desenvolverem uma estratégia de reintegração no local de trabalho, não apenas como um processo necessário, mas também proporcionar uma experiência positiva aos funcionários e colaboradores.

Várias pesquisas sugerem que os funcionários preferem trabalhar remotamente pelo menos parte do tempo, algo como estar três dias no escritório e dois dias remotamente. Isso deve ser equilibrado entre todos os níveis profissionais, pois o trabalho híbrido pode limitar as interações inesperadas no escritório que estimulam a criatividade e ideias inovadoras.

 

Uma questão com diferentes respostas é sobre se todos nós estamos prontos para o futuro, pois o futuro pode ser muito diferente amanhã ou daqui a um ano.

Com o futuro incerto, cada um de nós precisa enfrentar a imprevisibilidade e a complexidade para encontrar nosso próprio caminho e manter a continuidade dos negócios, com novas práticas de gestão.

Nossos funcionários e colaboradores estão diferentes do que eram, sendo que muitos foram obrigados a mudar e não pretendem retomar de onde aconteceu a interrupção. Como atrair e manter os principais talentos a partir de agora? O apelo do consumo, para muitos deu lugar a qualidade de vida, portanto agora é decidir entre viver para trabalhar ou trabalhar para viver.

Muitos achavam que era impossível trabalhar com os filhos do lado. Agora, sabem que é possível, mas será necessário mudar a maneira como trabalhamos.

O aumento sem precedentes do fluxo de pessoas às redes sociais, traz em paralelo um avanço de trabalhadores e empreendedores exigindo que seus líderes enfrentem o racismo sistêmico, sexismo, xenofobia, direitos dos transgêneros e muito mais, esperando que as empresas assumam um papel ativo no combate a estes pontos e à desinformação.

As pessoas que passam muito tempo em uma empresa querem acreditar que a missão e o comportamento dessa empresa são consistentes e alinhados com seus valores.

São muitas informações, transformações e mudanças de prioridades. Será que este conjunto de fatos justifica o receio de tomar decisões? Talvez estejamos vivenciando o maior índice de postergação de negócios das últimas décadas. Obviamente é compreensível a insegurança por conta de tudo o que enfrentamos e teremos que enfrentar, mas isso não pode durar muito tempo, sob pena de estendermos a crise por um período além do necessário e suportável.

Luiz Fernando Morau
Luiz Fernando Morau | morau@integradora.digital

Profissional sênior em infraestrutura, desenvolvimento e integração de soluções no audiovisual, digital cinema, broadcast, games, VR, AR e digital signage. Sócio e CEO da INTEGRADORA DIGITAL

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