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Artigo / Tendências & Mercado

19 Agosto 2021

Precisamos falar sobre Cannes

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Nem todo mundo é cinéfilo, mas muita gente sabe que existe o Festival de Cannes, o maior evento cinematográfico do planeta depois do homem dourado.

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E lá existe um Juri, formado por diretores, produtores, atrizes e atores – um grupo de nove pessoas com uma delas presidindo o grupo – que decidem os prêmios e entre eles a Palma de Ouro – prêmio máximo do evento e referente a Melhor Filme. No Festival de Cannes apenas uma vez um filme dirigido por mulher ganhou a Palma de Ouro em 73 edições. Foi em 1993 para “O Piano” dirigido por Jane Campion.

Esse Juri foi pela primeira vez formado por uma quantidade equilibrada de homens e mulheres em 2019, e os reflexos foram vários, entre eles o Grande Prêmio para “Atlantique” da diretora Mati Diop - também primeiro filme na história dirigido por mulher negra a estar na Competição do festival em 72 edições.

Comemorou-se esse ano 74 anos de festival, onde seis vezes foi premiada uma roteirista com Melhor Roteiro e oito vezes um filme dirigido por mulher ganhou o Prêmio do Juri. Em 2021 esse júri foi novamente (pela segunda vez!) equivalente de homens e mulheres e pela primeira vez presidido por uma pessoa negra, Spike Lee.

E não por acaso, tivemos a grande conquista tão esperada e atrasada: a segunda Palma de Ouro da história para um longa dirigido por mulher, “Titane” de Julia Ducournau.

E teve mais, teve a Palma de Ouro de Melhor Curta-metragem foi para “All the crowns in the world” da diretora chinesa Tang Yi, teve a Câmara de Ouro para “Murina” da diretora croata Antonela Alamat Kusijanovi, e teve curta brasileiro premiado com Menção Honrosa do Juri para “Céu de Agosto, de Jasmin Tenucci.

O espaço da mulher na sociedade, no protagonismo da vida e nas telas não é apenas uma tendência, é o futuro.

Barbara Sturm
Barbara Sturm

É diretora de conteúdo na distribuidora Elo Company, professora do curso de planejamento estratégico no Centro Cultural B_arco e membro do coletivo Asas

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