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Artigo / Retomada

19 Março 2021

Para salvar os cinemas, precisamos valorizar a produção nacional

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A pandemia pode ter diminuído as luzes dos cinemas por enquanto, mas por um breve período, pois, uma boa notícia vem do outro lado do mundo, mais especificamente da Ásia com sua valorização de produções nacionais. É de lá que temos visto as bilheterias baterem recordes de público e renda. Precisamos aplicar aqui, o que vem dando ótimos resultados por lá.

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Na China, onde o governo afirma que a Covid-19 está praticamente sob controle, a arrecadação nos primeiros meses do ano aumentaram em mais de 50% em relação ao mesmo período do ano passado. Por mais que o streaming tenha atingindo grandes picos de assinantes no ano passado, ainda assim, as bilheterias deram respostas acima do esperado.

Mas como isso foi possível? Além das já conhecidas ações de segurança e EPIs, o segundo item que foi importantíssimo para trazer de volta o público, foi a qualidade impecável dos filmes produzidos nestes países. Com Hollywood sabiamente paralisando a produção de suas franquias, a saída era estimular a comunicação, mídia e salas para estes filmes regionalizados. 

Longas como “Demon Slayer” do Japão arrecadaram US$ 337 milhões, conquistando o 5° lugar no mundo e o 1° em solo nipônico, dados estes confirmados pela Imax Corp sobre os recordes de bilheteria na terra do Sol nascente. Ainda com a ausência de filmes de Hollywood, "The Eight Hundred", um épico filme de guerra chinês, se tornou a produção de maior bilheteria do mundo, com US$ 460 milhões arrecadados. Da Índia o longa metragem “Master” foi uma das surpresas positivas, e de Taiwan o longa LGBT local “Your Name Engraved Herein”, conquistou e manteve o podium do ano passado até agora. 

Foram produções regionais e de boa qualidade que estimularam a ida do público aos cinemas. Com roteiros alinhados com as minuciosidades, cenários e personalidades que representam perfeitamente o povo daquela região. Foram assertivos em unir o útil ao agradável, com isso geraram interesse e identificação imediatos. Temos aqui, todos os caminhos necessários para que diretores, produtores, distribuidores e exibidores, possam ter êxito num futuro próximo durante os lançamentos e a retomada dos cinemas.

Juntos, somos mais fortes. 

Guilherme Mendes Ayala
Guilherme Mendes Ayala

CEO da Dodô Filmes. Formado em Propaganda e Publicidade, o executivo é colunista no The Huffington Post Brasil. Foi Gerente de Marketing na O2 Filmes, atuou como Coordenador de Comunicação e Marketing na PlayArte Pictures. Esteve por mais de 6 anos à frente dos veículos Alpha FM, 89 FM e Revista Exclusive, como Chefe de Redação.

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