09 Fevereiro 2021
Você sabia que o Cinema está funcionando?
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Em um dia qualquer de meio de semana eu decidi ir assistir Mulher Maravilha num complexo de cinema de um badalado shopping center da cidade de São Paulo.
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Eu tinha uma tese e aproveitei para verificar se fazia sentido ou não, o meu sentimento de que as pessoas não têm a menor ideia se os cinemas reabriram ou não.
Eu me aproximo de um segurança credenciado do local e pergunto onde fica o complexo de cinema, ele gentilmente me orienta, mas faz o alerta que o cinema está fechado!
Ainda não satisfeito me dirijo ao setor de informações e recebo a mesma orientação, com a mesma afirmação que o cinema está fechado!
Eu mesmo começo a duvidar que o complexo esteja funcionando e vou até o local, que estava aberto e operando “normalmente”.
Se não bastasse a escassez de conteúdo, estamos diante da falta de informação e conhecimento do público sobre a reabertura das salas de cinema.
É compreensível entender a confusão, pois a pandemia faz com que as reaberturas e fechamentos oscilem de forma intensa e sem um tempo ou interesse do público em assimilar a informação. Isso tem se mostrado um grande problema para a indústria do entretenimento em geral.
Algumas iniciativas, chamando de volta o público para as salas de cinema se mostram insuficientes, pois talvez a maior parte das pessoas atingidas por tais ações não está circulando, nem mesmo em locais cumpridores dos protocolos de segurança.
Por outro lado, ao olharmos os shoppings - que concentram mais de 90% dos complexos de cinema – com expressivo fluxo de pessoas, consumindo nas lojas, nos restaurantes ou apenas circulando, fica claro que é este o público-alvo mais acessível.
Essas pessoas saíram de casa e estão a alguns passos de uma sala de cinema, mas talvez nem saibam que poderiam assistir um filme, se assim decidissem.
É necessário atingir o público que circula nos shoppings e fazer isso nas redes sociais, nos monitores no interior do complexo e nos websites, se mostra insuficiente neste momento de desinformação e incerteza, portanto a comunicação deverá incluir o espaço do próprio shopping, preferencialmente de forma integrada e cooperada com cada shopping center que possui um complexo de cinema.
“Raya e o último dragão” estreia em breve, nas salas de cinema e no Disney+ (com valor adicional a assinatura). Quem não sai de casa nem para receber uma pizza no portão, não irá assistir, se não for assinante do Disney+ ou não estiver disposto a pagar mais R$69,90 além do valor da assinatura.
Agora o público que já está a alguns metros de um complexo de cinema, tem maiores chances de comprar um ingresso, caso saiba que o cinema está operando, que a experiência de assistir ao filme numa sala de cinema é muito melhor, que os protocolos de segurança praticados no local vão além do exigido e, portanto, a decisão está a alguns cliques para adquirir seu ticket.
A pandemia nos ensinou e vem ensinando a todo instante, que não existe uma estratégia única de como proceder e comunicar, pois, temos que atender e/ou contornar questões inéditas, mesmo quando tais situações se encontravam da mesma forma e no mesmo lugar que sempre estiverem há muito tempo.
Eu tenho certeza de que o papel do “Gerente do Complexo de Cinema” vem ganhando importância estratégica desde muito antes da pandemia, pois conhecer a geografia de influência que cada complexo possui é uma necessidade para atrair público e gerar fluxo nas salas de cinema. Esteja o complexo dentro de um shopping ou não.
Luiz Fernando Morau | morau@integradora.digital
Profissional sênior em infraestrutura, desenvolvimento e integração de soluções no audiovisual, digital cinema, broadcast, games, VR, AR e digital signage. Sócio e CEO da INTEGRADORA DIGITAL
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