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Artigo / Audiovisual

10 Dezembro 2020

Modo: Esperança

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Há muito tempo que estudamos conteúdos, números e informações a respeito dos resultados de lançamento de filme. E tudo isso nos alinhou ao mundo encantado dos dados.

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Mas o que são efetivamente os dados? De que forma podem nos ajudar no planejamento e onde buscá-los? Dados são observações documentadas ou resultados da medição. A disponibilidade dos dados oferece oportunidades para a obtenção de informações. Do latim datum (“aquilo que se dá”), um dado é um documento, uma informação ou um testemunho que permite chegar ao conhecimento de algum assunto ou fato.

Importante observar que o dado não tem sentido por si só, mas apenas quando usado na tomada de decisões ou na realização de cálculos a partir de um processamento adequado, alinhado com  o contexto.

No mercado temos pelo menos quatro fontes de consulta de dados para análise de resultado ou preditiva.

  1. Comscore - International Box Office Essentials - www.iboe.com

2.    Estatísticas | Filme B - o maior portal sobre o mercado audiovisual www.filmeb.com.br

3.    Portal Exibidor - www.exibidor.com.br

4.    Observatório Brasileiro do Cinema e do Audiovisual | Agência Nacinoal de Cinema – oca.ancine.gov.br

Dados do cinema brasileiro no ano passado mostram que tivemos mais de 172,2 milhões de espectadores assistindo aos 887 filmes lançados nos cinemas. A arrecadação total foi de R$ 2,7 bilhões contra R$ 2,4 bilhões arrecadados em 2018.

Em valores totais, o número registrado em 2019 é o maior dos últimos 17 anos, período dos dados de arrecadação disponibilizados pela Ancine. Já com os valores atualizados pela inflação de 2019, a bilheteria do ano passado se torna a quarta maior dos últimos anos, atrás de 2017, 2016 e 2015, nesta ordem. Mas por que levantar esses números agora? Por que lembrar de sucessos e números positivos ? Neste momento, pode ser importante olhar o passado para pensar pra frente.

Em uma matéria no dia 15 de janeiro deste ano o jornal Folha de São Paulo publicou um texto cujo título era: "Número de salas no Brasil ultrapassa auge da era da pornochanchada." E confirma: Com 3.505 endereços hoje, expansão levou quatro décadas para bater 3.276 registrados em 1975. Sim - QUATRO décadas ! Sabemos que teremos uma longuíssima jornada pela frente, depois deste ano caótico para a nossa indústria.  Mas ao longo da história, o cinema conseguiu resistir e nós também. E saberemos dar um "duplo twist carpado" e voltar com tudo na divulgação da sétima arte.

Sabemos que isso é possível. Em 1980, por exemplo, o público espectador de filmes brasileiros chegou a ocupar 35% do mercado nacional, e a média de espectadores por filme brasileiro alcançou a faixa de aproximadamente 239 mil – 30 mil a mais que o filme estrangeiro.

Qual era o cenário do mercado depois do fechamento da Embrafilme em 1990? Em 1992 apenas três produções nacionais chegaram ao circuito. O cinema brasileiro começou a recuperar sua trajetória em 1995, ano em que onze produções nacionais foram exibidas nos cinemas. Uma delas, a comédia histórica Carlota Joaquina - Princesa do Brasil, de Carla Camurati, lançada de forma independente, alcançou grande sucesso de público, acumulando 1,3 milhão de espectadores.

Bons filmes, temos ! Profissionais competentes, elenco, salas de cinema em redes diversas… temos, temos e temos. O momento é de reflexão, de paciência, de planejamento com base em dados… e de ativar o modo: esperança.

Cris Cunha
Cris Cunha

Executiva com mais 20 anos de experiência na liderança de marketing de distribuição de filmes nacionais e estrangeiros. Esteve ligada ao lançamento, à estratégia e à distribuição de diversos longas, como: Cidade de Deus, A Vida é Bela, Madame Satã, Olga, Minha Mãe é Uma Peça, De pernas Pro Ar, Chico Xavier, Estômago, Todo Mundo em Pânico, entre outros. A partir de 2017, iniciou atividades ligadas à coordenação de lançamento de filmes - planejamento estratégico da campanha - e à realização de pesquisa de produto (quantitativa e qualitativa) para o segmento audiovisual.

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