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Artigo / Audiovisual

07 Dezembro 2020

Contrariar as previsões é uma questão de sobrevivência

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A dificuldade de elaborar um planejamento baseado em tendências e indicadores, faz com que busquemos por todos os tipos de possibilidades, transformando os orçamentos em tentativa e erro.

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A indústria do Entretenimento foi rotulada como vilã da pandemia e, dificilmente conseguirá se livrar dessa pecha sem uma conscientização, aprendizado, vacinação etc. etc. etc. Nessa realidade apresentada pelos especialistas e conhecedores dos efeitos da pandemia e precauções necessárias para combatê-la, me recordo da briga eterna do ovo e o colesterol, onde nosso protagonista foi considerado vilão e herói inúmeras vezes, dependendo de quem financiava a pesquisa.

O recente estudo da PWC – “Global Entertainment & Media Outlook 2020-2024”, apresenta um cenário sombrio para a indústria do entretenimento que demanda aglomeração, mas ao mesmo tempo, projeta um crescimento nos próximos quatro anos. Essa previsão parece correta, pois ficar pior que 2020 ...

Conforme o estudo, os segmentos, tais como cinema, teatro, eventos, música ao vivo e feiras serão os mais prejudicados. Na comparação da bilheteria do cinema versus SVOD, fica claro em quem apostar, pois em 2015, a receita de bilheteria era três vezes maior que a do SVOD. A receita de SVOD ultrapassará as bilheterias em 2020 e está projetada para aumentar nos próximos cinco anos, atingindo mais do que o dobro do tamanho da bilheteria de cinema em 2024.

O lançamento do serviço de streaming Disney + no final de 2019 foi impulsionado acima das previsões dos mais otimistas executivos do mundo do Mickey Mouse, com projeção entre 60 milhões e 90 milhões de assinantes pagantes até 2024, Disney + atingiu 60,5 milhões no início de agosto de 2020.

Com a maioria dos cinemas no “abre e fecha” e sem grandes lançamentos de filmes, o estudo projeta que a receita total do cinema global cairá quase 66% este ano, com o agravante de que a recuperação será muito lenta, onde as receitas de cinema para 2024 fiquem abaixo do nível de 2019.

Os dados relatados aqui são de um estudo elaborado por importante empresa de consultoria, com atuação global e renomada performance de suas análises. Por conta disso vamos nos dar por vencidos e abandonar o navio e nadar para um porto supostamente seguro? Claro que não!

As previsões consideram que os atores da indústria do entretenimento continuem fazendo o que sempre fizeram. Se isso for verdadeiro serei forçado a concordar com o cenário apresentado. Numa indústria que se reinventou diversas vezes, a reorganização de ideias, conteúdo e atividades ditará os caminhos para contrariar os mais pessimistas.

Imaginar um mundo onde as pessoas se mantenham distantes umas das outras, somente com experiências individualizadas, sem inteiração e troca de emoções, me parece algo triste e angustiante. Este cenário fértil para a introspecção digital, pode ser irreversível, mas prefiro acreditar que encontraremos e implantaremos as ações necessárias para um meio termo saudável, lucrativo e motivador. É hora de o investimento no improvável ser considerado.

Luiz Fernando Morau
Luiz Fernando Morau | morau@integradora.digital

Profissional sênior em infraestrutura, desenvolvimento e integração de soluções no audiovisual, digital cinema, broadcast, games, VR, AR e digital signage. Sócio e CEO da INTEGRADORA DIGITAL

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