27 Novembro 2020
“Black Friday” ou “Sexta Azul”?
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Uma das versões mais conhecidas sobre o termo ‘Black Friday’ trata-se mais de um termo contábil do que de Marketing. Segundo essa história, lojistas americanos estariam no vermelho (in the red) ao longo do ano e só revertendo essa situação durante as promoções de Thanksgiving. Se no Brasil ter um balanço positivo é “ficar no azul”, nos Estados Unidos a expressão é ‘went into the black’. Ou seja, ‘Black Friday’, seria a virada contábil e o pontapé inicial para o Natal. Apesar dessa não ser a versão correta, foi a mais divulgada. Segundo o History Channel, o nome ‘Black Friday’ foi dado por policiais da Filadélfia nos anos 50 por conta do grande movimento nas lojas da cidade nesse dia.
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Thanksgiving é também uma das datas mais importantes para os cinemas nos EUA e disputada entre os grandes estúdios. Com bilheterias normalmente ultrapassando os 250 milhões de dólares nos quatro dias de feriado, e muito comum ver uma oferta grande de blockbusters. 2018 foi o ano recorde do feriado chegando a 315 milhões de dólares com Ralph Breaks the Internet, Creed II e Fantastic Beasts 2. Para esse ano, há uma previsão de queda na bilheteria próxima a 70% tendo apenas The Croods: A New Era dominando a programação. Esperamos que isso não represente uma Nova Era.
Mas, falar de Black Friday, é falar de promoções. Uma parte da divulgação no mercado de entretenimento são ações com parceiros promocionais. Seja com product placement, licenciamento ou promoções no ponto de venda. Negociar parcerias com grandes empresas é uma maneira de conseguir maximizar a exposição para o seu lançamento. Vi muitas parcerias incríveis no mercado e tive a oportunidade de fechar algumas delas, mas é impressionante o conjunto de ações promocionais que estamos vendo com o lançamento de Disney+ no Brasil. Seu logo com o fundo azul pode ser visto em diversas campanhas nesse mês de lançamento da plataforma SVOD.
No mercado americano, o lançamento de Disney+ teve uma grade parceria com a empresa de telecomunicação Verizon, disponibilizando até um ano de assinatura grátis. Há também a parceria com as empresas irmãs, ESPN e Hulu. E, mais recentemente, acordos válidos para diversos países com Xbox Game Pass e o jogo Fortnite. Na América Latina, Mercado Libre (com até 6 meses de assinatura grátis) é um dos principais parceiros. No Brasil, o lançamento da plataforma traz parcerias com grandes empresas em diversos segmentos, incluindo financeiro (Bradesco), telecom (VIVO), e-commerce (Mercado Livre) e com a plataforma GloboPlay em um combo que une produções locais e um player global. Com certeza outros SVOD já disponíveis no mercado ou prestes a entrar no país também utilizarão grandes promoções para atrair ainda mais o público para o mercado OTT. A questão é se o público irá manter todas as suas assinaturas streaming.
Assim como os lojistas aguardavam ansiosamente pela ‘Black Friday’ para sair do vermelho, talvez vejamos nesse fim de semana a virada de uma parcela dos assinantes de streaming saindo da plataforma Vermelha e migrando para a plataforma Azul. Só o que precisavam para fazer a mudança era de uma boa promoção.
Ricardo Bollier
Profissional com mais de 15 anos de experiência na indústria do entretenimento, tendo passado por empresas globais como Fox Film, Warner Bros, Dolby e D-BOX. Atua nos mercados da América Latina e Estados Unidos, juntando conteúdo, experiências e tecnologia.
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