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Artigo / Streaming

20 Novembro 2020

A chegada da Disney+ é a vitória da estratégia!

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Nesta semana estreou no Brasil o serviço de streaming Disney+.

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O serviço, já disponível nos Estados Unidos e em vários países da Europa, reúne um formidável catálogo de produções e conta com mais de 73 milhões de assinantes no mundo!

Vem ao Brasil como parte de sua disputa pela liderança global nesse tipo de serviço, neste momento amplamente dominado pela Netflix, com seus 195 milhões de assinantes.

Essa batalha pelo domínio do valioso segmento de streaming nos mostra na verdade uma disputa entre duas estratégias vencedoras.

A Netflix, com enorme mérito pela visão de futuro na implantação de um serviço online em substituição a um serviço físico de entrega de conteúdo a seus assinantes – lembram-se do perrengue da Blockbuster, com idas e vindas às lojas, multas por atraso, falta de conteúdos mais demandados, e outros? -  mas acima de tudo com uma grande, enorme, resiliência e foco em implementar esse serviço e conseguir a primazia nesse segmento, apesar das deficiências de banda, do incipiente, à época, segmento de disponibilização de conteúdos pesados online e a relativa inexperiência dos próprios consumidores em adotarem um sistema de assinatura de acesso a conteúdos audiovisuais.

As dificuldades iniciais da Netflix ficaram para trás, e o que temos hoje são filmes e series inovadores, bem produzidos, instigantes, adequados a vários públicos, com qualidade artística e comercial, e distribuídos com qualidade e forte apelo comercial.

Uma estratégia inovadora, executada com coragem e firmeza, que viria a se tornar o modelo de negócios do entretenimento audiovisual de maior potencial no momento.

A Disney, por seu lado, mantem sua estratégia vencedora, ativa e inovadora de décadas, onde em lugar de adequar a distribuição aos conteúdos disponíveis, buscou adequar os conteúdos a sua estratégia de marca, gerando inúmeras franquias em seu terreno dominante – famílias, crianças e jovens – e introduzindo novas marcas e grupos de conteúdo para outros públicos, sem perder a liderança em seus segmentos.

De um portfólio respeitável no segmento de entretenimento de pais, filhos e famílias, a Disney passou a voraz produtora e distribuidora de mitologia, comportamento, conhecimento e itens de consumo, incorporando empresas e segmentos de alto valor artístico e comercial como Pixar, Marvel, LucasFilm, 20th Century, Blue Sky, National Geographic, e outras.

A Disney apresenta agora seu serviço de streaming não como uma alternativa à exploração do segmento que mais cresceu nos últimos anos e especialmente durante a quarentena, mas como o ápice de uma estratégia de produzir, adquirir e explorar conteúdos de grande apelo comercial e cultural para diversos públicos, através de ações consistentes e arrojadas, e que vem gerando excepcional retorno em termos de fortalecimento de marca e valor de seus produtos culturais, de licenciamento e de entretenimento presencial em seus parques.

O mercado brasileiro, com seus altos índices de consumo online e padrão estético audiovisual acima da média, recebeu a Netflix de braços abertos – o Brasil já é o segundo maior mercado da Netflix no mundo -. A chegada da Disney+ vai com certeza consolidar a imagem da marca e gerar reflexos importantes na continuidade dos negócios da Disney no país nos próximos anos. Será com certeza um enorme sucesso em nosso país.

Nessas duas empresas vencedoras, o que vê de mais notável é a estratégia de definir um caminho sólido, inovador, e consistência para implementá-la com afinco e determinação.

Uma estratégia clara, facilmente compreendida por todos – direção, funcionários e colaboradores, parceiros, consumidores –norteia as ações das empresas agora e no futuro, torna a tomada de decisão mais simples, define claramente os valores da empresa, ajusta a comunicação em todas as suas formas, e adiciona valor a cada ação, produto, conteúdo ou mensagem gerada pela empresa.

Que a chegada da Disney+ e seu formidável catálogo tragam, além de entretenimento e diversão, a confirmação de que uma estratégia clara e sua execução precisa são elementos fundamentais para qualquer empresa ou empresário.

Como diz o artigo do Nizan Guanaes publicado na Folha no último dia 03: “Este é o mundo da estratégia. Sua empresa deve ter uma”.

Bem vinda Disney+!

Marcos Oliveira
Marcos Oliveira

Marcos Oliveira é Consultor Especial do setor de Produção e Distribuição de Conteúdo Audiovisual, através de sua empresa Leverá Conteúdo e Negócios, que atua em desenvolvimento de projetos, captação, distribuição e consultoria. Sua carreira profissional inclui atividades em posições de liderança em empresas como Johnson & Johnson, Twentieth Century Fox Brasil e Austrália, Warner Bros e Universal Pictures.

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