16 Novembro 2020
Revolução pós pandemia
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O mercado exibidor será uma das alavancas para o desenvolvimento da produção audiovisual, durante e depois da pandemia. No entanto, será necessário agora, um planejamento estruturado para que toda a rede conectada ao setor, tenha a possibilidade de obter resultados positivos, lucrativos e de grande impacto.
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É ciência mundial o fato de estarmos vivendo uma transformação na indústria do cinema e da TV de maneiras nunca vistas antes, mas foi possível avaliar neste ínterim, que o conteúdo gerado atualmente, bem como o público que o consome, especialmente os jovens, serão o novo trunfo de interesse das produtoras, distribuidores e exibidores. Mas não o uso de técnicas de marketing tradicionais. Estamos aprendendo “novos filtros”, captações de métricas mais assertivas e o principal: interatividade entre o conteúdo e o público.
Estamos presenciando nitidamente o surgimento de dois movimentos, sendo um de novas janelas para a exploração audiovisual, no já conhecido “cauda longa”; e o outro, é a consolidação do público em busca de filmes que tenham desde o começo da produção até o pós lançamento nos cinemas, a interatividade somada a multiplataforma. O cálculo é simples: Cinema + TV + Pay TV + Streaming + Youtube e redes sociais = alcance real.
Na prática, o modelo tradicional para alguns executivos, é que a exibição de um filme no cinema não tenha naquela período, nenhum anúncio que o mesmo estará meses depois em X canal ou plataforma Y, pois isso poderá diminuir a bilheteria e interesse do público de ir ao cinema. Mas isso não faz mais sentido. Porque as pessoas querem o cinema de volta, desejam diariamente ver o filme que ela tanto deseja na telona.
Sabe aqueles produtos que ganhávamos nos mercados, para experimentar algo que chegaria em breve as prateleiras? Pois bem, estas ações foram criadas para que o público tenha a experiência. No caso do audiovisual, os produtores, tem no set de filmagem um prato cheio para que clientes, investidores e influenciadores “provem” sobre o que vem por aí. Está será uma oportunidade de anunciar qual a rede de cinema terá o filme por exemplo, quais canais de TV aberta e fechada o exibirão, e qual a melhor plataforma para ficar por dentro sobre tudo o que acontecerá com o longa. Assim, a fidelidade e interesse do público será mantida do começo ao fim, mas claro, se o produto tiver com a qualidade esperada.
Sei que para muitos o que descrevi acima é óbvio, mas podemos e precisamos amarrar desde o começo todo o mercado, gerando interesse desde o início das produções, pois juntos todas as etapas saem ganhando. Algo parecido está sendo – diga-se de passagem muito bem - realizado com a campanha #JuntosPeloCinema
Essa mesma onda poderia ganhar amplitude pós pandemia. Precisamos de união também com os produtores menores, distribuidoras independentes e que o mercado exibidor não veja as demais plataformas e meios de exploração comercial do conteúdo, como inimigos. As janelas já existem e precisamos que elas estejam sempre abertas, precisa haver fluidez e comunicação em todas as etapas, sem que um veja o outro como um concorrente.
Amamos o cinema, a experiência, o cheirinho da pipoca... humm, mas para isso, precisamos de filmes. O novo modelo de negócio para cada projeto e para cada lançamento precisa estar atrelado com toda a rede do audiovisual, se apoiando no pós pandemia, por que será dada uma largada motivadora para todos que nele fazem parte. E o lucro será de todos.
Guilherme Mendes Ayala
CEO da Dodô Filmes. Formado em Propaganda e Publicidade, o executivo é colunista no The Huffington Post Brasil. Foi Gerente de Marketing na O2 Filmes, atuou como Coordenador de Comunicação e Marketing na PlayArte Pictures. Esteve por mais de 6 anos à frente dos veículos Alpha FM, 89 FM e Revista Exclusive, como Chefe de Redação.
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