15 Outubro 2020
Distribuição horizontal
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Distribuição de filmes é um negócio de alto risco pois primeiro você investe os recursos baseado no sucesso que acredita, e depois recebe a receita do retorno.
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O antigo normal para a distribuição de filmes era criar uma estratégia e um orçamento de lançamento (P&A) para a exibição do filme em salas de cinema, com o foco da divulgação em “ESTREIA DIA TAL”.
Matérias, entrevistas, coletivas, pré-estreias, fofocas, promoções, parcerias com marcas, debates, entre tantas outras ativações eram feitas para que o filme fosse conhecido e valorizado em sua estreia em salas de cinema.
Depois da exploração do filme nesse segmento, ele tinha uma janela de meses para entrar no TVOD (aluguel de filmes), outra janela de meses para entrar na televisão paga, e outra janela de muitos meses para entrar na televisão aberta (em raras exceções que chegam até aqui).
E o mercado audiovisual sentiu forte os efeitos negativos do isolamento social com o fechamento das salas de cinema por meses.
Alguns filmes aguardam o retorno intenso do circuito de cinemas e do interesse do público, para definirem suas novas estratégias. Alguns filmes arriscaram e foram lançados diretamente em digital com campanhas menores aproveitando o maior consumo doméstico.
Nos Estados Unidos a Universal e a rede de cinemas AMC já acordaram uma janela para o filme ir das salas de cinema para a exploração digital de 17 dias, o que antes eram 70 a 90 dias.
A ordem e a prioridade de cada segmento está sendo repensada pelo mercado e pode trazer novas revoluções e evoluções.
Mas já se entendeu que faz muito mais sentido juntar forças e recursos para se lançar um filme no máximo de opções para o espectador, pois os segmentos de consumo agora são horizontais.
Barbara Sturm
É diretora de conteúdo na distribuidora Elo Company, professora do curso de planejamento estratégico no Centro Cultural B_arco e membro do coletivo Asas
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