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Artigo / Audiovisual

09 Outubro 2020

Viva a bravura do audiovisual brasileiro!

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Os últimos acontecimentos têm sido asfixiantes e desafiadores. Como cidadã, empresária e representante de uma indústria que movimenta R$ 25 bilhões por ano e gera mais de 300 mil empregos diretos e indiretos, vivo num estado de alerta máximo. Sigo na batalha diária pela preservação da minha saúde, quiçá da minha vida, da continuidade da minha empresa e pela manutenção e criação de políticas públicas para o setor no qual eu atuo, o audiovisual.

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À parte isso, permito-me comemorar a boa notícia das últimas semanas, que veio como uma brisa fresca em dias quentes e um aconchego de um abraço apertado.

A lista dos indicados ao Emmy Internacional 2020 aponta que das 11 categorias da premiação, o Brasil concorre a 7, mais da metade. Este bom desempenho comprova a qualidade e competência da nossa produção e é fruto do talento e da bravura dos nossos profissionais.

Quando me perguntam o que eu acho que vai acontecer com o mercado audiovisual, que há anos sofre sucessivos ataques, eu paro e penso: “O que não nos mata, nos fortalece”.

A verdade é que o audiovisual não vai acabar.

Aqui não falta criatividade, pluralidade, capacidade técnica, dedicação e vontade de trabalhar. O que falta é um novo olhar dos agentes públicos, mais focado em negócios do que em pré-conceitos.

De 2018 pra cá, testemunhamos políticas atrapalhadas, erros acumulados e o descarte da lógica do ganhar dinheiro, tudo isso por conta de uma crença limitante que não nos permite evoluir. Digo isso, porque a indústria audiovisual é autossustentável, ou seja, ela cria recursos próprios para se autofinanciar sem onerar o Estado. Assim, ela injeta uma fortuna de bilhões de reais no país e cria empregos.

São 3 bilhões de impostos gerados por pelo menos 13 mil empresas. Segundo estudo do Seade – Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados, a economia criativa paulista gerou 4,4% do valor adicionado produzido no Estado. Vale lembrar que o audiovisual, dentro da economia criativa é o segmento que tem caráter industrial.

Mas qual o sentido de rejeitar tanto dinheiro assim? Não sei, mas por que resolver um problema hoje, se eu posso deixá-lo pra lá?

Entre chutes e pontapés, o Brasil segue muito bem representado pelas empresas de games, de infraestrutura, de conteúdo para TV e cinema, de publicidade, de vídeos por demanda, de som, dublagem, distribuidoras e exibidoras. Os números estão aí, os prêmios também.

Bravo!

Simoni de Mendonça
Simoni de Mendonça

Publicitária e empresária de produção audiovisual. Estudou Formação do Mercado Cinematográfico e Audiovisual na escola francesa ESRA. Há mais de 20 anos atua na área de entretenimento e cultura tendo lançado mais de 18 curtas-metragens, todos reconhecidos e premiados nos principais festivais de cinema. É presidente do SIAESP - Sindicato da Indústria Audiovisual do Estado de São Paulo.

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