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Artigo / Audiovisual

17 Setembro 2020

O Cinema como Linguagem Transversal

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Artigo escrito por Alessandra Meleiro em colaboração com Kátia A. Maciel*

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O Fórum Brasileiro de Ensino de Cinema e Audiovisual – FORCINE – comemora 20 anos de atuação com uma edição especial do seu congresso anual 100% online, gratuita e inovadora, a começar pelo tema: “O cinema como linguagem transversal”. Isto se deve ao fato de que atualmente o cinema não só resume e integra todas as artes e linguagens do passado (fotografia, pintura, arquitetura, escultura, música, literatura, teatro), como também se dedica a pensar e a anunciar os possíveis meios e dispositivos de comunicação do futuro (TV, Vídeo, Rádio, Internet e outras Mídias). Atualmente, gêneros de arte como o teatro ou a dança, a ópera e o musical, assim como formas e técnicas de comunicação como a telenovela, a realidade virtual, os games e reality shows, bem como os streamings e os podcasts, referem-se à tradição cinematográfica o tempo todo – ora se apropriando de técnicas e recursos estéticos típicos do cinema, ora adaptando suas histórias e enredos, suas imagens e sons aos seus próprios fins midiáticos.

Pensando nisso e também celebrando os 100 anos da Universidade Federal do Rio de Janeiro, a Escola de Comunicação da UFRJ, através do Programa de Pós graduação em Mídias Criativas (PPGMC), preparou uma programação que une diversas expressões artísticas e o cinema no XVI Congresso FORCINE. O evento acontecerá entre os dias 23 e 26 de setembro de 2020, com transmissão pelo YouTube (https://www.youtube.com/results?search_query=forcine). A ECO-UFRJ, assim como o PPGMC, atuam nas áreas de Fotografia, Rádio e TV, Cinema e Multimídia, Animação, Produção Editorial, Jornalismo, Teatro, Publicidade, Design Gráfico, Marketing e Relações Públicas, através de atividades de ensino, pesquisa e extensão. O FORCINE é a entidade responsável por representar e congregar as instituições e os profissionais brasileiros dedicados ao ensino de cinema e audiovisual. O Fórum possui 32 escolas afiliadas em todo o Brasil.  Deve-se a parceria entre o FORCINE e a ECO-UFRJ a escolha de uma temática que abrange o desenvolvimento do ensino de cinema e audiovisual, bem como as perspectivas para o futuro. 

São esperados 1.200 participantes nos quatro dias do evento. O público alvo são as instituições públicas e privadas de ensino (nível superior, técnico, além de escolas livres), dedicadas à formação acadêmica e profissional no campo do cinema, audiovisual e radiodifusão, representadas por seus professores e alunos, assim como organizações e entidades que atuem ou desenvolvam programas de formação e apoio para a indústria audiovisual e ainda profissionais e gestores públicos que venham a contribuir de forma relevante para o desenvolvimento do setor no Brasil. Esse ano, a programação conta com homenagens a grandes mestres como o pesquisador Arlindo Machado e o cineasta boliviano Jorge Sanjinés, incluindo mostras de filmes andinos de raras exibições no país. O evento busca incentivar a cinefilia e a formação de público para o cinema nacional e latino americano incluindo também na programação mostras de curtas universitários, depoimentos de artistas e cineastas sobre o Fórum e sobre a temática do congresso, além de uma mostra e um workshop em realidade virtual. O FORCINE comemora suas duas décadas de atuação celebrando o passado, mas com sua antena parabólica voltada ao futuro.

O evento também inova com salas temáticas de coffee break na plataforma Superviz, uma parceria da ECO-UFRJ com a produtora SuperUber, do Rio de Janeiro. As salas em ambiente 3600  estarão celebrando o cinema de rua, as HQs, a memória dos 20 anos do FORCINE, os 100 anos da UFRJ, e muito mais. Vale a pena conferir. O tema do congresso perpassa tudo o que foi pensado e planejado na programação, celebrando como o cinema atravessa as artes visuais, a poesia, o teatro e tantas outras expressões artísticas analógicas e digitais, alcançando nossas memórias, afetos, identidades. Celebrando o cinema vivo, pulsante e presente em nós, mesmo em tempos de distanciamentos.

 

*Kátia A. Maciel

PhD em Cinema pela University of Southampton, Inglaterra, professora e pesquisadora do Programa de Pós­ Graduação em Mídias Criativas (PPGMC) da Escola de Comunicação da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Roteirista, produtora e diretora de cinema e audiovisual, com experiência em webdocumentários e realidade virtual, desenvolvendo atualmente pesquisas com narrativas interativas, imersivas e criações transmídia.

Alessandra Meleiro
Alessandra Meleiro

Pós-doutorado junto à University of London e Professora do Bacharelado em Imagem e Som da Universidade Federal de São Carlos. Presidente do IC – Instituto das Indústrias Criativas, membro da UNCTAD/ONU. Foi Presidente do FORCINE entre 2016-2020. Autora de 09 livros sobre cinema mundial, políticas e indústria audiovisual. Atuou como Research Fellow na Dinamarca junto à Aarhus University (2014-2018) e VIA University/ School of Business, Technology and Creative Industries (2020) e como Consultora de empresas como Netflix Brasil, Itaú Cultural, Anima Mundi/JLeiva, dentre outras.

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