16 Setembro 2020
Como será o amanhã do entretenimento? Ele já está acontecendo
A cada dia as novas tecnologias aceleram os desafios da indústria na conexão com o público
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É fundamental olharmos para esse impacto das tecnologias de forma transversal, observando e mapeando de maneira holística toda a calda longa (long tail) de oportunidades que surgem incluindo novos modelos de negócio e novos players. Como a Roku TV, por exemplo, que surgiu como desenvolvedor de hardware para streaming, e hoje 69% da receita é da plataforma de distribuição de conteúdo, não do hardware. A empresa tem 10 mil canais de conteúdo e o dobro de assinantes da Comcast, maior operadora de TV a cabo dos E.U.A).
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Novos players e gigantes de MediaTech desenvolvem inteligência artificial (AI) e algoritmos capazes de ajudar a compreender esse ecossistema complexo que vem se transformando para agregar e entregar novas possibilidades de conteúdo e inovação em tempo real. Esse avanço tecnológico por sua vez permite outras formas de se conectar com o público, ampliando demandas em cenários onde antes não era possível experimentar, interagir e sentir.
A EXPERIÊNCIA DO CONSUMO DE ENTRETENIMENTO
A chegada de tecnologias na área do entretenimento eletrônico doméstico, por exemplo, envolve empatia no comportamento do consumidor, praticidade e imediatismo, e por consequência aumenta as oportunidades de produtores e publishers de conteúdo no território fértil das marcas que buscam relacionamento e poder de alcance emocional com seus clientes, consumidores e fãs.
Dos tradicionais filmes, seriados, animações, novelas e documentários televisivos, hard news, esportes e videogame, e-Sports, Realidade Virtual e Aumentada (VR/AR), aos conteúdos produzidos pelos nossos amigos e familiares nas redes sociais e vídeos curtos no TikTok, Gifs e Memes de WhatsApp, Stories em mais de uma plataforma, e já pensando no 5G de 2021, novas narrativas presentes na sua geladeira, na sua casa, no seu carro e nas cidades inteligentes. Tudo conectado e falando com você no tom e no mood pré-programados pela sua preferência (usabilidade).
E um ponto previsível nesse futuro é a integração com algo que está o tempo todo em nossas mãos: dispositivos móveis.
O CELULAR É O NOVO CONTROLE REMOTO.
Buscando algo que despertasse a atenção na Netflix encontrei o desenho interativo do "O Chefinho", com o episódio"Pega Esse Bebê!", todo gamificado para cumprir missões e descobrir onde você se encaixa, numa mistura de teste vocacional e aventura que em alguns momentos permite ao espectador ou jogador, usar o controle ou mobile para escolher entre duas opções que aparecem na tela para dar um novo rumo à história.Não é inovação, o "O Gato de Botas" também teve recurso semelhante e em 2009 na Rede Globo realizamos o seriado "Malhação ID" na web com a mesma premissa de múltipla escolha interativa.
Mas, a partir de 2021, televisores de tela plana produzidos no Brasil começarão a sair de fábrica com integração entre a smart TV e os aplicativos móveis instalados em smartphones que estejam conectados na mesma rede Wi-Fi, uma nova versão do middleware de TV digital nacional, o Ginga D.
Essa conectividade pode e deve gerar oportunidades de entretenimento, serviços e vendas mais interativas:
Recomendação de conteúdo – Quem que estiver logado, assistindo a um determinado programa no app de uma emissora na televisão ou em seu smartphone, poderá ser avisado em tempo real que o conteúdo tem uma versão ao vivo pronta pra começar. Além é claro, da recomendações de acordo com seu perfil, demanda de consumo e interesse.
Publicidade segmentada – Pelo login do aplicativo no streaming da TV ou em dispositivos móveis (celulares), será possível entregar uma publicidade personalizada por geolocalização e usabilidade (experiência do usuário-UX) no intervalo ou durante os programas na TV transformando o celular num touch point com a audiência mais estratégico.
Comércio eletrônico – Produtos e serviços que aparecem durante a programação na tela da televisão poderão ser oferecidos pelo e-commerce através de apps. no celular.
As novas tecnologias também trazem novidades de formatos e linguagens e aproveito para compartilhar três inovações interessantes na Indústria do Entretenimento.
Produção de conteúdo usando algoritmos – Certa vez, escrevi em outro artigo sobre o algoritmo desenvolvido para criar Folk Music baseado nas canções de Bob Dylan, o bot Dylan. Mais recentemente a artista Taryn Southern foi um pouco mais ousada e lançou o seu novo álbum com a colaboração de uma inteligência artificial.
Vídeos super hiper realistas – Eles têm potencial para criar uma grande revolução na indústria das animações e efeitos especiais. Por outro lado, os vídeos superrealistas que buscam imitar na perfeição nas expressões faciais e sintetizadores de voz, terão um grande desafio de controle e no combate às Fake News.
O palco de um circo virtual – Para eliminar a utilização de animais durante as apresentações, o circo alemão Circus Roncalli criou o primeiro show circense holográfico do mundo. As projeções são feitas por hologramas 3D e criam um novo formato de show.
Giuliano Chiaradia
Giuliano Chiaradia é parceiro de inovação da Escarlate e um dos pioneiros do meio digital no Brasil com projetos inovadores na Rede Globo por 9 anos. Foi responsável por construir a área digital do SBT Online, além de liderar seu crescimento multiplataforma. Formado em Gestão Estratégica e Novos Negócios pela Coppead Business School na UFRJ e Transformação Digital na Hyper Island, em Londres, é vencedor de 12 prêmios Internacionais e nacionais como Melhor Diretor e Inovador. É fundador do projeto #Artmobile, de inovação social que ensina jovens de comunidades ao redor do mundo a fazer arte com celular. O projeto abrange Brasil, Etiópia, Israel, Palestina, Tanzânia, Marrocos e Uruguai. Também possui extensões em cinema e TV na Itália, Cuba e nos Estados Unidos e é palestrante sobre Inovação e Digital no Brasil e no exterior.
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