16 Julho 2020
A experiência de uma cinéfila em um cinema Drive-In
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Experimentei três sessões em três cinemas drive-in diferentes nos últimos dias e conto aqui meu relato como profissional do setor de distribuição há mais de 10 anos e cinéfila desde nascença.
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Assisti a dois tipos de projeções, uma em painel de led e duas em projetor com lâmpada. Os sons dos filmes eram disponibilizados em caixas de som presas ao lado do carro e/ou no rádio do veículo sintonizando uma frequência.
Nos três cinemas a céu aberto em que fui com meu carro, em um deles o perfil é mais comercial na programação e tem grande volume com 300 veículos, e os outros dois são independentes e com curadoria de filmes premiados, com capacidade de 100 carros.
E em todos eles havia serviço de venda de pipoca, item fundamental para um cinéfilo, e também outros produtos. Mas todos permitem, e fizemos, levar sua comida e bebida de casa.
Banheiro sempre com fila digital em app, dando super certo.
É claro que depende qual é o seu perfil de espectador para entender suas impressões, e por isso essa experiência, como qualquer outro tipo de consumo de arte e cultura, é pessoal e intransferível.
Revi três filmes que gosto muito e que nos fazem reagir na plateia: “Meu Malvado Favorito’, “Senna” e “O Iluminado”, e ficou bem claro para mim e meus acompanhantes que o que fica da experiência é assistir a aquele filme com aquelas pessoas, ou seja, segue sendo uma experiência social, mesmo que muito mais restrita.
Achei interessante, gostei, mas valeu mais como profissional do setor do que como espectadora.
Cinema é tela gigante e é som bom, e o que levamos quando termina o filme é a história que vivenciamos ali. Mas também tem a forma que vivenciamos.
Sai das sessões sentindo que realmente tem ser um ambiente fechado e com gente estranha ao redor, por que essa é a magia do cinema acontecendo: quando vivenciamos a história como um sonho compartilhado, ouvindo a reação em conjunto de todos ali presentes, ou seja, cinema mesmo só na sala escura.
Barbara Sturm
É diretora de conteúdo na distribuidora Elo Company, professora do curso de planejamento estratégico no Centro Cultural B_arco e membro do coletivo Asas
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