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03 Agosto 2022 | Yuri Codogno

"O Palestrante" aposta no humor clássico e traz reflexão sobre a busca da felicidade

Destinado a todos os públicos, comédia romântica estreia amanhã no circuito nacional

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(Foto: Divulgação)

“Eu vou muito onde tô feliz. Se o trabalho me dá uma empolgada, eu vou. Não tenho uma grande ambição profissional ou financeira. Já acho que eu conquistei mais do que sonhava e eu gosto de estar de feliz”.

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Por coincidência, essa foi parte da primeira resposta da atriz Dani Calabresa durante a coletiva de imprensa realizada ontem, 2 de agosto, após a exibição para jornalistas de O Palestrante (Paris/Downtown), realizada no Cine Marquise, em que o Portal Exibidor participou. Coincidência porque o filme dialoga, de maneira breve e simples, com a busca da felicidade e de ser quem você realmente é. O longa estreia amanhã, dia 4, nos cinemas de todo o Brasil.

É bem verdade que O Palestrante é um pouco mais do mesmo, mas isso não é necessariamente algo negativo. Em tempos tão complicados como o que vivemos, assistir a uma boa comédia pode ser a dose de respiro que precisamos para ter um bom momento – e até quem sabe ser aquela oportunidade que faz a semana valer a pena.

Dirigido por Marcelo Antunez e com roteiro de Cláudia Jouvin e Fábio Porchat, O Palestrante é uma comédia romântica e sua trama gira em torno de Guilherme (Porchat), que, cansado de sua vida, mente para se passar por Marcelo, um coach motivacional que ministrará uma série de palestras em um hotel no interior do Rio de Janeiro.

Fábio Porchat conta que a ideia do filme teve origem há mais de uma década: “veio de uma tristeza minha, que sempre que eu saía do aeroporto no desembarque nunca tinha alguém me esperando. Eu sempre penso: ‘a pessoa que tem uma plaquinha é tão feliz, porque tem alguém que gosta dela, que quer ela de alguma forma’. E quando comecei a fazer stand-up em 2006 e 2007, eu pensei ‘e se um dia eu virasse e falasse eu sou esse cara?’ e guardei essa ideia”.

Segundo o ator, porém, a ideia de falar de coach veio da Cláudia Jouvin, de modo que um protagonista que está totalmente depressivo e precisa fazer todo mundo ficar feliz já é uma ideia perfeita. Simultaneamente, o tema coach é algo que, até hoje, é um prato cheio para a comédia, porque ainda não foi “chacotado” o suficiente. Entretanto, devido ao atraso de lançamento, muito por conta da pandemia, o elenco se preocupou se o filme – gravado em 2018 - continuaria atual e se, em tempos de cancelamento, as piadas envelheceriam mal.

 “A cada seis meses eu chegava no Fábio e perguntava ‘e O Palestrante?’. Só que essa ansiedade em lançar não ficou tão grande porque teve uma pandemia e a gente estava mais preocupado em sobreviver”, comentou o ator Antonio Tabet. Mas, apesar da demora, Tabet não consegue imaginar alguém que não vai gostar por causa de alguma piada: “é um filme muito engraçado e não consigo enxergar um resquício de polêmica nele. Vai agradar todo mundo. A gente tá vivendo tempos conturbados, que existem tendências muito fortes e polarizações. Esse filme é um aglutinador. Acho que todo mundo vai gostar de O Palestrante”.

Diferentemente de esquetes, algo que parte do elenco está familiarizada, um longa-metragem, mesmo que de comédia, precisa sempre ter sua história evoluindo. Por essa razão, Porchat conta que o elenco foi escolhido a dedo: “assim que escrevemos, já tinha pensado na Dani Calabresa desde o início [para interpretar Denise]. A gente precisava de um elenco que fosse de comediante, que soubesse fazer a piada. A gente queria gente que fosse pegar o texto e melhorar. Mas quando eu fui chamar a Maria Clara Gueiros e o Otávio Muller é porque dá credibilidade para o filme, é gente foda! Quando vem a Maria e o Otávio, coloca o filme em outro patamar. Não só pelas atuações, que são muito divertidas, mas pelos nomes deles, dá um outro impacto. Parece que a gente tá juntando a turma do fundão com a turma que faz a coisa de verdade, sabe?”.

O comentário se dá porque, além de Fábio Porchat, Dani Calabresa e Antonio Tabet, o elenco também conta com os comediantes Letícia Lima, Paulo Vieira, Miá Mello e Rodrigo Pandolfo, assim como os mencionados acima Maria Clara Gueiros e Otávio Muller.

Ainda sobre os companheiros de tela, Porchat acrescentou: “não posso abrir mão desse elenco improvisar, porque eles entendem muito de comédia. Eu só vou ver se essa piada combina e se funciona, porque é um filme, não um esquete que a gente pode ficar improvisando muito. Ele tem uma história, então as piadas têm que jogar o filme pra frente. A história tem que andar. De vez em quando a gente anda um pouquinho de lado, porque é engraçado, mas se começar a andar muito pro lado, o espectador sente, ele vê que a coisa empacou”.

Apesar disso, como o próprio roteirista contou, O Palestrante começa num ritmo diferente, “meio cinza”. E conforme o personagem vai ficando com a vida mais colorida, o filme vai ganhando mais graça. Ir além na trama do longa pode acabar gerando spoiler. Mas é importante destacar que a mensagem sobre ser feliz e ser você mesmo está basicamente durante todo o tempo de tela e que o principal conceito da comédia romântica, que são os encontros e desencontros com o amor, é muito bem explorado.

O Palestrante cumpre bem a sua proposta e consegue divertir. Mesmo que seja um filme com um humor que pode não agradar em 100% todas as gerações, é garantia de 90 minutos de diversão. E em tempos que precisamos rir mais, longas como O Palestrante são bastante necessários.

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